ATA DA CENTÉSIMA DÉCIMA QUARTA VIGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO
EXTRAORDINÁRIA
DA SEXTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 03.1002.09.18. 08. 1988.
Aos dezoito
dias do mês de agosto do ano de mil novecentos e oitenta e oito reuniu-se, na
Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre,
em sua Vigésima Sessão Extraordinária da Sexta Sessão Legislativa Ordinária da
Nona Legislatura. As nove horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos
Vereadores Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt,Aranha Filho, Artur Zanella,
Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Clóvis
Brum, Elói Guimaraes, Ennio Terra, Flávio Coulon, Frederico Barbosa, Hermes
Dutra, Ignácio Neis, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lau ro
Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Nei Lima, Nereu D’Ávila,Nilton Comin, Paulo
Sant’Ana, Paulo Satte, Rafael Santos, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Valdir
Fraga., Werner Becker, Wilton Araújo e Marcinho
Medeiros. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou
abertos os trabalhos e iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votaçao
Secreta esteve o Projeto de Lei Complementar do Executivo n~ 15/87, discutido
pelos Vereadores Caio Lustosa, Marcinho Medeiros, Werner Becker,Clóvis Brum,
Rafael Santos, Lauro Hagemann, Jussara Cony, Antonio Hohlfeldt, Flávio Coulon e
Artur Zanella, que deixou de ser votado em face do término do horério
regimental da presente Sessão. Durante os trabalhos, o Sr. Secretário apregoou
as Emendas de Líder de nos 06, do Ver.
Raul Casa,07 e 08, do Ver. Cleom Guatimozim, 09 e 10, do Ver. Clóvis Brum,e o
Sr. Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores Flávio Coulon, Cleom
Guatimozim, Werner Becker,Artur Zanella e Clóvis Brum,acerca das Emendas
apregoadas pelo Senhor Secretario. Às treze horas esgotado o prazo regimental
da presente Sessão, o Sr. Presidente encerrou os trabalhos convocando os
Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a seguir. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Brochado da Rocha,Luiz Braz e Lauro Hagemann e
secretariados pelos Vereadores Lauro Hagemann, Luíz Braz, Jorge Goularte e
Teresinha Irigaray,os três últimos como Secretários “ad hoc”. Do que eu, Lauro
Hagemann,32 Secretário,determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e
aprovada será assinada pelos Senhores doistrês dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e oitenta e
oito reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Centésima Décima Quarta Sessão Ordinária da Sexta Sessão
Legislativa Ordinária da Nona Legislatura. Às
quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Adão Eliseu, Aranha Filho, Artur Zanella, Cleom
Guatimozim, Clóvis Brum, Elói Guimarães, Ennio Terra, Flávio Coulon, Frederico Barbosa,
Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara
Cony, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Nilton Comin, Paulo Sant’Ana, Raul
Casa, Teresinha Irigaray, Werner Becker e Wilton
Araújo. Constatada a existência de “quorum”, o Sr.
Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou ao Ver. Jorge Goulate que
procedesse à leitura de trecho da Bíblia.
A seguir, o Sr. Secretário procedeu à leitura das Atas da Centésima Décima Terceira Sessão Ordinária, das Vigésima Oitava e Vigésima Nona Sessões Extraordinárias e das Qüinquagésima e Qüinquagésima Primeira Sessões Solenes que, juntamente com a
Ata da Centésima Décima Primeira Sessão Ordinária e a Ata Declaratória da
Centésima Décima Segunda Sessão Ordinária, deixaram de ser votadas em face da inexistência de “quorum”. À MESA foram
encaminhados: pelo Ver. Artur Zanella, 01 Pedido de Providências, solicitando verificação da viabilidade de um
recapeamento de asfalto no Conjunto Residencial Condomínio Marechal Mesquita, na Rua
Carlos Ferreira; 02 Projetos de Resolução nos 50/88 (proc. nº 2124/88), que concede o tíitulo
honorífico de Cidadão Emérito ao Jornalista Paulo Frederico Scherer; 51/88
(proc. nº 2125/88), que concede o título
honorífico de Cidadão Emérito ao Jornalista Pedro José Scherer;
pelo Ver. Flávio Coulon, 01 Pedido de Previdências,
solicitando troca de lâmpada na Av. Independência, 230, em frente à Igreja
Nossa Senhora da Conceição; pelo Ver. Frederico Barbosa, 01 Pedido de Providências,
solicitando substituição de lâmpadas queimadas na Rua Figueiredo Mascarenhas, imediações
do nº 425; pelo Ver. Hermes Dutra, 01 Pedido de Informações, acerca da retirada de luminárias e respectivas hastes de
ruas do Loteamento Jardim Isabel
(Ipanema). Do EXPEDIENTE constou Ofício nº 568/88, do Sr. Prefeito Municipal. A seguir o Ver.
Jorge Goularte solicitou inversão dos trabalhos, Requerimento
que deixou de ser votado em face
da inexistência de”quorum”. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Ver. Mano
José, falando sobre a saída do Prof. Bernardo de Souza da Secretaria Estadual de Educação, teceu críticas àa atuação de
S.Sa. no período em que se manteve à frente daquela Secretaria, salientando promessas
por ele feitas e que nunca chegaram a ser cumpridas. Disse esperar que o Prof. Ruy
Carlos OQstermann tenha uma boa gestão como
novo Secretário Estadual de Educação. Em
COMUNICAÇAO DE LÍDER, o Ver. Clóvis Brum reportou-se ao pronunciamento, de
hoje, do Ver. Mano José, em que são tecidas críticas ao trabalho realizado
pelo Prof. Bernardo de Souza no período em que S.Sa. encontrava-se à frente da
Secretaria Estadual de Educação. Destacou que
o Quadro de Pessoal por Escola,
implantado por esse Secretário, era um desafio aos ó 6rgãios
públicos que foi aceito pelo PMDB. Salientou o estado precário em que o Gov.
Pedro Simon, ao assumir o Executivo Estadual, encontrou os prédios escolares do
Estado. O Ver. Mano José comentou promessa feita, há um ano atrás, pelo ex-Secretário Estadual de Educação, Prof. Bernardo de Souza, de que seria construído
um novo prédio para a Escola Ildefonso Gomes, o que ainda não ocorreu. Desejou uma boa atuação ao Secretáario
Ruy Carlos Ostermann, solicitando melhorias reais para o setor educacional do
Rio Grande do Sul. Falou de denúncias do Arcebispo Dom Cláudio
Colling, de que estariam ocorrendo perseguições
políticas a professores do interior do Estado. Ainda em GRANDE EXPEDIENTE, o Ver.
Werner Becker teceu críticas à administração do PMDB na direção do Executivo Estadual. Comentou a paralisação que
está sendo verificada no Grupo
Hospitalar Conceição, dizendo que a Casa não pode permanecer passiva frente a essa situação e
que solicitou a formação de uma Comissão Externa com vistas a colaborar na busca de uma solução para
o caso. Ainda em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Aranha Filho discorreu sobre a paralisação
verificada no Grupo Hospitalar Conceição, declarando que a Comissão de Saúde e Meio Ambiente da
Casa deve participar dessa questão, objetivando negociações para que a população não continue
sendo prejudicada. O Ver. Cleom Guatimozim disse que o PDT está encaminhando à Procuradoria Geral do
Município um alerta em face do grande número de pPedidos
de usucapião observados em Porto Alegre, para que esses pedidos sejam contestados. Declarou que virá àa a Casa um processo buscando a
transferência de áreas abandonadas ao DEMHAB para que, através desse órgão, seja
efetuada uma redistribuição das mesmas. Ainda em GRANDE EXPEDIENTE, o Ver. Lauro
Hagemann salientou sua preocupação com a situação hoje observada no Grupo Hospitalar Conceição.
Lamentou o tratamento dado ao caso, com a acusação de partidos políticos e a
intransigência dos órgãos
responsáveis por esse grupo hospitalar.
Apoiou a posição do Ver. Aranha Filho, da necessidade de participação
da Casa na busca de soluções para o problema, em face do mesmo afetar
diretamente a população porto-alegrense. Ainda em COMUNICAÇÃAO DE
LÍDER, o Ver. Jorge Goularte teceu
comentários sobre o editorial do Jornal Zero Hora, de hoje, a respeito do
Projeto de Lei que visa implantar em
Porto Alegre o “sábado inglês”, defendendo a livre
iniciativa e a liberação dos horários comerciais, desde que respeitada a
jornada de trabalho dos comerciários. Saudou a presença, no Plenário, dos
candidatos do PMDB
à Prefeitura
Municipal, Dep. Antônio Brito e Sra. Mercedez Rodrigues. Após, a Sra. Presidente convidou o Dep.
Antônio Brito e a Sra. Mercedez Rodrigues a fazerem parte da Mesa e
concedeu a palavra aos Vereadores
Clóvis Brum, Cleom Guatimozim e Lauro Hagemann, que saudaram os visitantes. Em
continuidade, a Sra. Presidente concedeu a
palavra ao Dep. Antônio Brito que discorreu sobre os motivos da visita
que hoje, juntamente com a Sra. Mercedez Rodrigues, faz a essa Casa. Ressaltou a
promulgação, dia cinco do corrente, da
nova Constituição brasileira, analisando as mudanças que a mesma acarretaráa aos
Legislativos municipais do País. Os trabalhos estiveram suspensos por quatro
minutos, nos termos do art. 84, II do Regimento Interno. Às dezesseis horas e
nove minutos foi realizada nova verificação de “quorum”, registrando-se as
presenças dos Vereadores Adão Eliseu, Cleom Guatimozim, Ennio Terra, Flávio
Coulon, Gladis Mantelli, Jorge Goularte, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Ignácio Neis
e Paulo Sant’Ana. Constatada a inexistência de “quorum”, o Sr. Presidente levantou os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de
amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos
pelos Vereadores Artur Zanella, Gladis Mantelli e Lauro Hagemann e
secretariados pelos Vereadores Lauro Hagemann e Jorge Goularte, Secretário “ad
hoc”. Do que
eu Lauro Hagemann, 3º Secretário
determineiPresidente e 1º Secretário.
nei fossefosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e
aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1ª Secretária.
O SR. JORGE GOULARTE (Requerimento):
O SR. PRESIDENTE (Brochado
da Rocha): Declaro abertos os trabalhos
da presente Sessão Extraordinária.Havendo “quorum”, passamos imediatamente à
PAUTA -
DISCUSSÃO PRELIMINAR
2ª SESSÃO
PROC. 1771 - PROJETO DE
RESOLUÇÃO Nº 042/88, do Ver. Artur
Zanella, que concede o
titulo honorifico de Cidadão Emérito ao Coronel Cláudio Netto Di
Primio.
PROC. 1819 - PROJETO LEI DO
LEGISLATIVO Nº 140/88, do Ver. Artur Zanella, que cria a Linha de Ônibus Urbana Restinga-Centro,
via Ipanema, Avenida Edvaldo Pereira Paiva e Beira-Rio.
PROC. 1820 - PROJETO LEI DO LEGISLATIVO Nº 141//88, do Ver. Artur Zanella, que cria Linha de Ônibus Urbana Restinga-Centro, via Costa Gama e
Bairro da Glória.
PROC. 1832 - PROJETO DE
RESOLUÇÃO Nº 044//88, do Ver. Luiz Braz, que concede o titulo honorifico
de Cidadão Emérito ao Senhor João Carlos
Machado Stabile.
PROC. 2065/85 - PROJETO LEI
DO LEGISLATIVO Nº 097//85, do Ver. Valdir Fraga, que altera designação de via
pública.
PROC. 2066/85 - PROJETO LEI
DO LEGISLATIVO Nº 098//85, do Ver. Valdir Fraga, que altera
designação de via pública.
PROC. 2068/85 - PROJETO LEI
DO LEGISLATIVO Nº 100//85, do Ver. Valdir Fraga, que altera designação de via
pública.
PROC. 2069/85 - PROJETO LEI DO LEGISLATIVO Nº 101//85, do Ver. Valdir Fraga, que altera designação de via
pública.
PROC. 1134 - PROJETO LEI
DO LEGISLATIVO Nº 088//88, do Ver. Hermes Dutra, que acrescenta
parágrafos 1º, 2º e 3º ao art. 1º da Lei nº 5.824/86, que “dispõe sobre a fixação do horário de atendimento
ao público nas instituições financeiras do Município de Porto Alegre”.
PROC. 1870 - PROJETO LEI DO
EXECUTIVO Nº 083/88, que autoriza
doação de imóvel à Sociedade
Espírita Dr. Ramiro D’Avila – Sociedade Civil Beneficente.
PROC. 1872 - PROJETO LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 009//88, que altera os limites do Corredor de Comércio e
Serviços 44, identificado no modelo espacial do Primeiro Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano e dá outras providências.
PROC. 1887 - PROJETO LEI DO
EXECUTIVO Nº 085//88, que autoriza o Executivo Municipal a abrir créditos
adicionais no valor de Cz$ 5.460.982.000,00 e dá outras providências.
3ª SESSÃO
PROC. 0658 – SUBSTITUTIVO, do Ver. Cleom Guatimozim, ao PROJETO LEI DO LEGISLATIVO Nº 029//88, do Ver. Hermes Dutra, que cria Bairro
com a denominação de Humaitá e dá outras providências.
PROC. 1620 –PROJETO LEI DO
LEGISLATIVO Nº 120//88, do Ver. Wilton Araújo, que institui o
Plano Comunitário para a realização de obras públicas no Município de Porto
Alegre e dá outras providências.
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra,
o Ver. Hermes Dutra.
O SR. HERMES
DUTRA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, recebido o processo, queria fazer algumas
considerações que acho importantes e ousaria pedir a atenção dos Srs. Vereadores para alguns números, numa avaliação preliminar que
fiz sobre esse problema. Vejam bem,
suplementações num total de 5 bilhões, 405 mil, 623, mais 55 milhões: mais ou
menos 6 bilhões de cruzados. Então, no dia da votação, vou fazer uma
avaliação mais profunda por dois
motivos: primeiro, porque é meu costume ser chato nestas questões e, em segundo
lugar, porque vou fazer algumas emendas nestas suplementações. Acho que em
primeiro lugar, dizer que não precisava suplementação é dispensável. É óbvio que precisava. Só lamento, como fiz com a do DMAE, é que
os técnicos municipais, que são bem pagos, que sabiam em maio que era
necessário suplementação, não mandaram para cá esse Projeto no mês de junho,
para que já pudéssemos ter votado e alguns setores da administração até nem paravam, como alguns estão parados por
falta de recurso. A Casa não vai se recusar nunca de dar recursos para a
Prefeitura fazer o mínimo do seu serviço.
O Sr. Artur
Zanella: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Hoje, dia 2 de setembro, quero dizer que nesse
processo não vão colocar aquela questão que vai faltar água em Porto Alegre.
Não vão dizer que não vão poder pagar os funcionários e que os motoristas não poderão receber os
carros locados e etc... etc... Vamos colocar
isso antes para não discutir na época. Não é culpa nossa.
O SR. HERMES
DUTRA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, os Vereadores
de Porto Alegre não têm, nos seus gabinetes, um aparelho de som para ouvir os
debates que se travam aqui no Plenário.
Indaguei da Diretora-Geral da Casa porque não havia dinheiro. Perguntei mais, quanto custavam
estas instalações. Respondeu que há uma licitação pronta, custava dois milhões
e pouco. Vamos arredondar para três milhões e cruzados. Então, os 32 Vereadores
da Casa, porque o Presidente é privilegiado
e tem um sonzinho lá, não têm som nos seus gabinetes para saber o que acontece
aqui, porque alguns têm que atender parte lá. Em compensação, vejam aqui,
gabinete do Prefeito, material de
consumo: um milhão e oitocentos mil cruzados - mixaria –
pagamento do computador do Prefeito: um milhão e meio –
também, verbinha justíssima – outros serviços e encargos diversos: trinta e
seis milhões de cruzados. O que é
“outros serviços e encargos diversos”? Aqui entra
até compra de leite. O Ver. Clóvis Brum, que é especialista em distribuição de
leite, até pode dar uma avaliada neste tema para nós. E nós não temos um
sonzinho em nossos gabinetes por causa de três milhões de cruzados.
Tem mais, outros serviços e encargos: vinte e oito
milhões de cruzados. Sabem para que é estes vinte e oito milhões de cruzados?
Publicidade. Está escrito aqui, publicidade. E não tem três milhões de cruzados para dar para a Câmara colocar um
sonzinho nos gabinetes de cada Vereador! E só o gabinete do Prefeito tem vinte
e oito milhões de cruzados em publicidade e mais trinta e seis milhões que dá
para comprar erva para chimarrão, também!
Tem outra verba com a qual eu vou me invocar. Esta
verba, na segunda-feira, não vou
aceitar. Departamento de Esgotos Pluviais, obras e instalações, 38 milhões.
Acho que precisa. Claro, acho que o Prefeito poderia ter mandado um oficiozinho
dizendo quais as obras e instalações, mas tudo bem. Ver. Cleom Guatimozim, V. Exa. tem 26
anos nesta Casa, tem um nome a zelar, e não deve ficar
dizendo coisas que não são verdade. V. Exa. esta
dizendo que o que eu estou falando inclui a Guarda Municipal e não sei mais o quê. Não e verdade, o
que estou falando não inclui a Guarda Municipal. Veja bem, 28 milhões de cruzados para publicidade! A não ser que eles
queiram fazer a publicidade do vigilante. (Aparte
inaudível.) O ofício do Sr. Políbio Braga está fora desta
verba aqui. Outras verbas importantes: Secretaria do Governo Municipal - deixada pelo
nosso Ver. Valdir Fraga - material de consumo seis milhões e meio, acho
que e uma verba que cabe; PROCEMPA, 6 milhões; outros
serviços e encargos diversos, 43 milhões e meio de cruzados... (Aparte
inaudível.) Isto aqui é só na Secretaria do Governo.
(Aparte inaudível.) Talvez não. Digo talvez, porque da outra vez fui
um dos poucos a defender V. Exa. Mas não, EPATUR está mais adiante.
EPATUR, estratégia promocional, 6 milhões; EPATUR (Ininteligível.) um milhão; EPATUR, locação de
equipamentos, um milhão. Não sou contra isto aqui, estou colocando um ponto de interrogação no item de outros serviços e encargos, no valor de 43 milhões, mas a verba
da EPATUR eu defendi na outra vez, aqui. Eu fui Secretário do
Governo. A Secretaria da Administração, que consome muito transporte, por causa daquela
mudança do PDT... Agora, vamos a
SMOV. A SMOV!... Não pelo Ver. Wilton Araújo, porque não consegui
calçar nem 30 metros de rua com ele lá, mas eu acho
que a SMOV deveria merecer uma atenção do Sr. Prefeito. Eu acho que, por exemplo, esses 28
milhões de publicidade... É verdade, não é nenhuma
queixa e sim uma constatação, eu não consegui, talvez se V. Exa. quisesse,
mas saiu antes do tempo regulamentar e não conseguiu
calçar a minha rua. Mas a SMOV, por exemplo, com 28 milhões de cruzados, poderia efetuar o
calçamento. Quer dizer, a SMOV precisa,
efetivamente, de recursos, porque a SMOV, o DMLU e o DEP são a alma da Prefeitura, em termos de serviço:
claro que os outros também são importantes, mas, nestes três, está a alma da
Prefeitura, em termos de serviço, porque o buraco que não é tapado, porque
falta o diesel para o caminhão, ou o
asfalto para tapar o buraco, ou o dinheiro para pagar a hora-extra do
funcionário, projetam a imagem do serviço público municipal, e a SMOV, aqui,
não é tão aquinhoada, embora tenham aqui algumas rubricas pesadas, por exemplo,
material de consumo, 67 milhões, e eu
espero que seja material de consumo, óleo, diesel, e que não seja papel, selo
para correspondência; a SMEC passa 120 milhões de cruzados para a FESC, que,
aliás, tem um projeto para extingui-la. E tem mais: 55 milhões para obras de recuperação das instalações das
unidades desportivas, e alerto que, com todo esse recurso aqui, o Sr. Prefeito
Municipal vai ficar inadimplente com Emenda João
Calmon, que manda aplicar 12% da arrecadação no Município.
O Sr. Mano José: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) V. Exa. está com o processo na mão, e eu não tive a oportunidade de
ver. Gostaria de saber se tem alguma rubrica para dar cobertura ao índice de
aumento dos funcionários, que será neste mês. Se lembraram de colocar alguma coisa
para os funcionários, ou se fica só em
publicidade.
O SR. HERMES
DUTRA: Infelizmente, o meu tempo está esgotado, e vou ter
que concluir, mas ratifico o que disse, de que o Sr. Prefeito vai ficar novamente inadimplente com a Lei Camon,
porque não vai aplicar os 25% da
arrecadação de impostos em educação. E isso aí pode até dar uma questão de
crime de responsabilidade do Sr. Prefeito Municipal. Está na Constituição, não sou eu que
inventei. O Sr. João Calmon, quando fez
esta Lei, era do PDS, mas, mesmo do PDS ele fez com a intenção de fazer com que
os Municípios aplicassem
bastante em educação.
O Sr. Cleom
Guatimozim: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Gostaria de perguntar a V. Exa. se os 25% que devem
ser aplicados na educação se incluem nos salários dos professores da educação,
aposentados.
O SR. HERMES
DUTRA: Claro que incluem.
O Sr. Cleom
Guatimozim: Então está aplicado mais do que isso.
O SR. HERMES
DUTRA: V. Exa. faz uma aposta comigo? Eu faço uma aposta
que não, incluindo os salários dos professores, Ver. Cleom Guatimozim. Mas
vejam, quis levantar estes assuntos aqui e chamo a atenção do Líder do PDT – vou concluir, Sr. Presidente – para a necessária aplicação de uns itens aqui,
porque senão na hora da votação vai começar aquela discussão de novo: “São
contra a Administração, querem ver a administração parada”. Eu
acho mais importante, Sr. Presidente, que se
esclareça isso aqui. Eu não vou votar contra. É óbvio que não. Agora tem uma
coisa, Sr. Presidente, já vou
antecipar. Vou fazer uma emenda tirando 3 milhões, Ver. Cleom Guatimozim – não
sei de onde aqui, para instalar um serviço de som nesta casa. Vou fazer, porque
realmente não dá mais, 6 bilhões, não
deu para botar 3 milhõezinhos para nós aqui, para fazer este equipamento de
som?
O Sr. Elói
Guimarães: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Esta questão de educação que V. Exa. acaba de tocar, o perigo, Vereador, é de ter
ultrapassado os 25%, porque nunca se investiu, na história de Porto
Alegre, na educação quanto no atual Governo. Mas a publicidade? Por que essa
aversão à publicidade? A publicidade emprega, a publicidade são os meios de comunicação. Talvez V. Exa. esteja contra a mídia. Talvez V. Exa. esteja contra
os meios de comunicação. Mas um Governo não deve, não pode fazer
publicidade? É crime ser publicitário? V.
Exa. deve entender que fazer publicidade é crime. Assim o entendo.
O SR. HERMES
DUTRA: Ver. Elói Guimarães. V. Exa. cometeu, ou melhor,
fez duas afirmações aí: uma é verdadeira, que nunca se aplicou tanto em educação no Município de Porto Alegre. Reconheço isso. E
outra falou sobre uma coisa que não conhece. Faço a mesma aposta que desafiei o
Ver. Cleom Guatimozim, faço a V. Exa. Não chegará a 25% do total da
arrecadação. Faço a mesma aposta com V. Exa. Mas o que quis alertar, Ver. Elói Guimarães,
peço a atenção de V. Exa., é que realmente é necessário que haja algumas
explicações para evitar aquela questão: “não, não querem que a Cidade funcione,
etc.”. Não custa explicar. Quanto à publicidade,
eu sou a favor. Talvez um pouquinho menos; não precisa os 28 milhões. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra,
o Ver. Flávio Coulon.
O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, realmente, Ver. Hermes Dutra, Sr. Presidente, requeiro a inversão na ordem dos
trabalhos.
O SR. PRESIDENTE (Artur Zanella): Como não há “quorum” para votação do Requerimento do Ver. Jorge
Goularte, passamos ao
GRANDE EXPEDIENTE
Com a palavra, o Ver. Mano José,
no tempo do Ver. Jorge Goularte.
O SR. MANO JOSÉ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é verdade que nós estamos num
ano eleitoral, e a proximidade do dia
15 de novembro faz com que algumas autoridades passem a ser um pouco mais
sensíveis do que o foram no seu período de governo. Podemos citar a sensibilidade do atual Governador
do Estado, Dr. Pedro Simon, na substituição do incapaz Secretário de Educação, Sr. Bernardo de
Souza, cuja palavra nunca honrou. E digo isso com relação à escola.
Lembro que, no ano passado, fui,
no mês de setembro ou outubro, ao aniversário da Escola Ildefonso Gomes, e S.
Exa., naquela oportunidade, no terreno da esquina da Luiz Manoel com João Pessoa, onde por alguns
anos funcionou a Escola Ildefonso Gomes, lá naquele terreno, onde se
desenrolavam as festividades de aniversário da escola, após este Vereador ter usado da palavra, e implorar a S. Exa. para que resolvesse o
problema da Escola Ildefonso Gomes, S.
Exa., usando da
palavra, logo após, diante dos professores todos daquela escola, diante dos
seus alunos, diante do grande número de pais presentes, naquele ato, S. Exa.
foi até poético ao
declarar em palavras textuais: “Quero declarar a todos os presentes que, no
próximo ano, quando os jacarandás florirem, nós aqui estaremos inaugurando a nova Escola Ildefonso Gomes”. E não preciso dizer que, naquela
oportunidade, S. Exa. foi aplaudidíssimo, as crianças gritavam, as professoras
se abraçavam, e a confraternização tomou conta dos presentes, acreditando na
palavra de quem não
tem palavra, acreditando em alguém que mentia, naquele momento, aos professores da Escola Ildefonso Gomes, aos seus alunos e aos pais
daquelas crianças.
Hoje, quando os jacarandás estão
florescendo, lá, naquele terreno, está uma faixa
dizendo: “Vende-se este terreno. Tratar no Banco Meridional”.
E vejam o que acontece com a sensibilidade do Sr. Governador do Estado. Às vésperas da eleição municipal, troca o Sr. Bernardo de Souza, que só o que fez na educação foi desestruturar
a escola pública e
avacalhar com a educação em nosso Estado e em nosso Município, e aí se coloca
um Deputado para assumir a
Secretaria de Educação, que passa, então, a colocar um melzinho na chupeta para agradar os
professores, para que os professores, realmente, não estejam nas suas escolas a
dizerem que PMDB nunca mais. É lastimável que os apelos do CPERGS, que os apelos
de centenas e milhares de professores para que tirassem o Sr. Bernardo de Souza da Educação não tenham sido
atendidos, mas a proximidade da eleiçãoões municipal faz com que se tire o Sr. Bernardo de
Souza e que, possivelmente, agora, ele aplique na Secretaria
de Justiça um “QPP”, que de certo vai
ser o “Quadro das Penitenciárias dos Presos”. Que lástima! Que lástima que a
Escola Ildefonso Gomes continue, realmente, num prédio caindo aos pedaços, em
que a biblioteca é sustentada por um pau colocado no meio da sala para que não
desabe em cima dos alunos. E as salas de aula vertem água como se
fossem as piores malocas que temos em nossa Cidade. Mas o Sr. Bernardo de Souza prestou relevante
serviço à educação, ao ponto de que o Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre
chegue a mandar uma carta para dois Srs. Deputados Estaduais,
denunciando as perseguições do PMDB, no interior, com as professoras. O
Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre, Dom Cláudio Colling. Ao ponto de
um Arcebispo ter que denunciar as perseguições de um Governo que acusava, até ontem, o
autoritarismo do PDS, mas que hoje é
muito mais autoritário do que o PDS e, há muito,
persegue os professores do Estado todo e que não encontraram, jamais, atos de
perseguição no Governo do PDS.
Que não ache mais o Sr. Bernardo de Souza o caminho de volta para a Secretaria de Educação, nunca mais. Que
perca o rumo o Sr. Bernardo de Souza, dos caminhos que
levam à Secretaria de Educação, para que as nossas crianças, especialmente
elas, não venham a sofrer o que sofreram no ano de 1988, porque aqui, nesta
Casa, na Comissão de Educação e Cultura, o
Sr. Bernardo de Souza veio dizer que o QPE não estava criando problemas à
Educação em nosso Estado e em nosso Município, especialmente. E nós perguntamos
a S. Exa. quais os critérios
que o tinham levado a fazer o QPE, qual a forma que tinha aplicado, e ele nos
respondeu que havia retirado das escolas todos os professores contratados, que havia retirado, por outro
lado, os professores excedentes das outras escolas, para depois, então, fazer o
acerto. E nós perguntamos a S. Exa.: nesse tirar de professores contratados e
de professores excedentes, onde ficou o aluno? Onde ficou a matéria-prima da educação, esquecida e renegada ao último plano por
S. Exa.? Por que ainda hoje, outubro de 1988, nós temos, em várias escolas,
alunos que não tiveram o prazer de conhecer um professor em sala de aula? Mas não tem importância, são crianças,
pouco importa, são filhos dos outros e não do
Sr. Bernardo de Souza! Pouco importa! Que lástima! Que lástima que um Governo de Estado não tenha dado a mínima importância para a educação. Visitei uma escola
onde tive o prazer de, anos atrás, ser, por seis anos, presidente do Círculo de
Pais e Mestres, e a Diretora me dizia quando lá
cheguei: “O senhor lembra da biblioteca que ajudou a montar? Dos móveis que foram comprados
para ela? Se quiser vê-la, dê uma chegada até lá, mas não se assuste com os
fantasmas, porque os móveis e o livros estão todos cobertos com um pano branco,
porque não temos professora, não temos bibliotecária para atender a biblioteca.
A biblioteca está
fechada. Os nossos alunos não tiveram acesso aos livros da biblioteca durante
todo este ano”.
Visitei outra escola na Zona Sul. Dizia-me a
Diretora: “Tenho três turmas sem professor. Agora” - dizia ela – “parece que vão liberar, novamente, os professores contratados que
foram retirados daqui e que estão em casa, sem fazer nada. Mas, na aula, as crianças estão sentadas, sem
professor”. É a mentalidade de um Secretário revolucionário em matéria de educação, diga-se de passagem, que resolveu aplicar o QPE. Não que o QPE
seja ruim. Era uma medida até solicitada pelos professores. Mas que tivesse alguém na Secretaria com o bom
senso de organizar um QPE sem desorganizar a educação, sem desestruturar a
escola, sem deixar que ela fosse apenas um elefante
branco, onde as crianças não têm alguém para atendê-las, num horário em que deveriam estar
aprendendo. É algo
que o povo de Porto
Alegre tem, realmente, que pensar nestas eleições municipais, é algo que o povo de Porto Alegre tem que levar em
consideração em 15 de novembro. É algo que o povo de Porto Alegre tem que pensar,
repensar e sopesar ao colocar seu voto na urna em 15 de novembro, para que não venha a ocorrer, para que não
venha a acontecer nas escolas
municipais o que ocorreu nas escolas estaduais,
porque aí somente nas proximidades da próxima eleição, se as coisas estiverem
mal, é que serão tomadas medidas paliativas, algumas medidas para uma substituição de Secretário, onde se colocará um Secretário manhoso, com jeito, para num mês e pouco, tentar recuperar a imagem da educação de nosso Estado. Fazemos votos
de que o Dr. Ruy Carlos Ostermann tenha uma feliz gestão na educação, e atenda
aos princípios básicos, as necessidades das crianças, levando para as escolas
professores, material, equipamentos capazes de fazer com que as nossas crianças possam aprender alguma coisa,
porque o Secretário que por lá passou foi um
furação que destruiu a educação do nosso Estado.
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Estando presente, não gostaria que as afirmações de V. Exa. passassem
em brancas nuvens. Segundo as suas palavras, o Prof. Bernardo de Souza teria
destruído o sistema de ensino do Rio Grande do Sul, o que, na verdade, não é verdadeiro. O
Prof. Bernardo de Souza pode sofrer as críticas na maneira como atuou na Secretaria de
Educação e Cultura, mas é inegável que ele tinha uma missão a cumprir e ele
procurou cumprir esta missão, que é moralizar o quadro de professores do ensino
público do Rio Grande do Sul, ou seja, durante anos e anos os seus
correligionários indicaram e superlotaram as escolas do Rio Grande do Sul com os seus apadrinhados e, quando assumimos a Secretaria de Educação, resolvemos reverter este quadro que os seus correligionários haviam nos legado e precisava
muita coragem para fazer isto e esta coragem o Governador do Estado do Rio Grande do Sul teve.
É evidente que, em se somando aquelas pessoas ociosas que estavam nas escolas com aquelas
pessoas que por razões de ordem política resolveram fazer um ataque ao Governo
Pedro Simon, evidente que os resultados seriam difíceis. Mas eu quero comunicar
a V. Exa. que, no interior do Estado, o QPE está absolutamente
instalado e tranqüilo e o grande problema, realmente, é na cidade de Porto
Alegre. De modo que eu acho que é muita coisa nós desmerecemos totalmente o trabalho do corajoso Secretário Bernardo de Souza e não
ressaltarmos que ele cumpriu uma determinada missão. Se teve os seus equívocos, se teve os seus erros políticos, se errou em alguma
maneira de implementar isto eu até posso concordar, agora, trabalhar nesta
questão em termos de terra arrasada, eu não posso concordar.
O SR. MANO JOSÉ: Nobre Ver. Flávio Coulon, eu agradeço o aparte brilhante de V.
Exa., as verdades que V. Exa. disse
que são verdades corroboradas especialmente pelas palavras
do Sr. Arcebispo D.
Cláudio Colling ao
escrever uma carta a dois Deputados Estaduais, publicadas nos jornais e que dizem realmente daquilo que fez
o Sr. Secretário Bernardo de Sousa pela feliz gestão naquela Secretaria. Sou grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Lauro Hagemann): Liderança com o PMDB, Ver. Clóvis Brum.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, recebo com toda a humildade na
condição de Líder do PMDB as críticas apresentadas pelo Ver. Mano José, com
referência à Escola Ildefonso Gomes. Vamos verificar a real situação e, na
próxima Sessão, haveremos de transmitir à Casa qual é a situação dessa mesma escola.
Com referência ao QPE, devo
dizer que, evidentemente, não iria se aplicar uma transformação da profundidade
do QPE num clima de boa amizade. Os
interesses de cada um dos envolvidos neste Projeto estavam em jogo, mas o QPE
está tendo, como já disse o Ver. Flávio Coulon, no interior, a sua normalidade total e na Capital as coisas já estão
em fase de conclusão. Nós sabíamos que a implantação do QPE, um desafio à coragem e à seriedade da Administração Pública do Estado, não seria feita com grandes
aplausos. Mas,
o QPE realmente está chegando a bons termos, aquilo que era odiado está sendo aplaudido.
Agora, lamento que o Ver. Mano José venha a esta
tribuna dizer que a situação deste ou daquele prédio escolar é infinitamente ruim, que
a situação é constrangedora, porque o prédio já não tem mais condições de funcionar e etc. Mas, o Ver. Mano José sabe e a Casa
também, e disso tem consciência a Cidade, que um prédio escolar
não envelhece em um ou dois anos. Nos últimos 30 anos, os prédios escolares da rede do Estado não receberam
manutenção, nem um tipo de reforma. Se não eles não estariam na situação em que
se encontram. A Administração Pedro Simon encontrou os prédios escolares da rede estadual
dizimados, destruídos
- todos. Se não todos, talvez 1% pudesse funcionar. O Partido do Ver. Mano
José, o Partido político do Ver. Mano José, ou os Partidos a que ele sempre
pertenceu, nas últimas duas décadas, foram, exatamente, os Partidos políticos responsáveis pela administração nos 20 últimos anos do Rio Grande do Sul. Não
recuperou nenhum prédio escolar, não cuidou de nenhum prédio escolar, destruiu
a rede de prédios escolares do Estado e, agora, estamos aí, há dois anos da
administração e exigir-se...
(Aparte anti-regimental.)
Sra. Presidente, eu pediria ao Ver. Martim Aranha que, por favor, ou pedisse aparte ou
tivesse um pouco mais de condescendência parlamentar. S. Exa. está abusando da minha gentileza. Não admito desrespeito. Quando
eu trato as coisas daqui da tribuna, eu trato seriamente, Vereador. O Partido
de V. Exa., o Partido da ditadura militar, que infernizou este País por mais de
20 anos, não recuperou prédios escolares nem investiu na educação durante os 20 últimos anos,
como o Simon está investindo agora, em dois anos.
A SRA. PRESIDENTE (Gladis Mantelli): Nobre Vereador, V. Exa. está em tempo de Liderança.
Solicito que não hajam
apartes, nem anti-regimentais nem regimentais.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, então, como vir
aqui reclamar do Governo de Pedro Simon, que está
investindo tudo em educação? Está-se inaugurando uma série
de escolas, prédios novos. Negar esta realidade é brincadeira. O novo
Secretário nem bem assumiu a Secretaria, e o Vereador já quer que ele faça milagres, já
está com o pensamento negativo. Pensei que o Ver. Mano José, ex-Secretário de Educação do Município, viria a esta tribuna para dizer de público: “Dr. Ostermann, minha
solidariedade ao seu trabalho. Disponha do esforço deste Vereador. Estou à
disposição da administração seja do partido que for.
Sou um homem público”. Não, vem
aqui como uma ave de rapina, dizer e agourar, e desejar o quê? Desejar que tudo
vá para o brejo. Ora, Vereador, eu, como
Vereador de Porto Alegre, sempre prestigiei a Administração do Dr. Villela; sempre prestigiei a Administração do Dr. Dib; tenho prestigiado a
Administração do Dr. Collares; agora vem o
PDS, PFL... Ora, quem é o PDS? Quem é PFL? Mas p que fizeram no passado? O qQue que fizeram? Ditadura. Cassaram,
baniram, espancaram, torturaram. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Liderança com o PDS, Ver. Mano José.
O SR. MANO JOSÉ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, penso que o nobre Ver. Clóvis Brum está
precisando de otologista com rapidez. Por que com relação ao novo Secretário Ruy Carlos Ostermann, eu desejei aqui da tribuna felicidade à sua gestão e
que ele realmente faça algo pela educação. Para este
eu desejei felicidades. E que faça muito pela educação. Agora, o nobre Vereador
que me antecedeu, ele realmente não sabe que o Banco
Meridional, antes Sul-Brasileiro, é o dono do terreno onde estava localizada a
escola. E aquele Banco exigiu do Estado a demolição da Ildefonso Gomes. Então, tiveram que demolir a Escola Ildefonso Gomes
e conseguiram, nas imediações, uma casa velha. E somente aquela casa é que conseguiram e alugaram. Era a única que existia, com a promessa de que a Ildefonso
Gomes seria construída imediatamente. E assim por anos e anos a coisa veio se
arrastando, até que, no ano passado, S. Exa. poeticamente usou o florir dos
jacarandás para dizer: “quando os jacarandás florirem no próximo ano, estaremos inaugurando o
Ildefonso Gomes”.
Poético, realmente poético. Está a exigir o Sr. Bernardo de Souza um lugar na
Academia, porque ele sabe fazer poesia, ele sabe aproveitar a primavera, ele
sabe aproveitar as flores dos jacarandás para fazer as suas promessas vãs e deixar uma
escola ficar no estado em que se encontra a Ildefonso Gomes. Nós vamos desejar,
mais uma vez, ao Dep. Ostermann, que seja muito feliz na gestão da Secretaria de Educação,
mas esperamos, também, que o Deputado resgate a palavra do ex-Secretário de Educação que, repito,
desestruturou a escola pública e avacalhou – este é o termo – com a educação no
Estado do Rio Grande do Sul.
E os meus votos para o Sr. Bernardo de Souza é que ele perca o rumo da Secretaria de Educação do Estado, que lá
não volte mais, que não infernize a vida dos professores do Estado, e que não vá fazer as perseguições no interior do Estado. Meus caros Vereadores, a perseguição aos professores
no interior do Estado foram denunciadas por quem, meu Deus do céu? Pelo
Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre, Dom Cláudio Colling. Foi publicado nos jornais! Não tenho essa amizade com o Arcebispo para que ele confidencie a mim! Foi publicado nos jornais!
Imaginem só que o Arcebispo, com sua autoridade, ainda na carta-denúncia colocou o
selo do Arcebispadoo de Porto Alegre, para que
ninguém dissesse que alguém escreveu por
ele. colocou o seu selo, marca registrada do Arcebispo de Porto Alegre! E que
vá com Deus o Sr. Bernardo de Souza, que faça o QPP na Secretaria de Justiça –
o Quadro de Pessoal Preso. Pode ser que lá ele seja mais feliz do que o foi numa
Secretaria que não
poderia fazer os absurdos que fez e que ficou devendo ao Rio Grande do Sul a
educação do Rio Grande do Sul. Ficou devendo muito e que não poderá jamais resgatar porque nenhum Governo há
de se lembrar de Bernardo de Souza para uma Secretaria de Educação. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Grande Expediente. Próximo orador inscrito é a Verª
Jussara Cony, que cede seu tempo ao Ver. Werner Becker.
O SR. WERNER BECKER: Sra. Presidente, Srs. Vereadores e senhores funcionários da Casa, quero cumprimentar o candidato Sérgio Zambiasi pelo
sucesso duplo, depondo o Secretário de Educação e indicando o novo Secretário.
Sra. Presidente e Srs. Vereadores, a política educacional do Estado é
tratada e orientada pelo Dep. Sérgio Zambiasi e talvez com a mesma filosofia de
ensino e educação que ele apresenta naqueles programas. Certamente. Parabéns
O Sr. Clóvis Brum: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.)
O SR. WERNER BECKER: V. Exa. é um pouco apressado.
Deixe ao menos eu iniciar; após, darei o aparte.
O Sr. Clóvis Brum: Se eu sou apressado, V. Exa. é retardado. Eu estou
pedindo dentro do Regimento Interno. Seria honrado com o seu aparte.
O SR. WERNER BECKER: Em relação a V. Exa., eu sou muito retardado. V. Exa. é muito vivo e chega
sempre primeiro que eu.
Sra. Presidente e Srs.
Vereadores, o Dep. Sérgio Zambiasi que trata...
(Tumulto no Plenário.)
Sra. Presidente, eu gostaria que
V. Exa. suspendesse os trabalhos, após as conversas
paralelas e depois reiniciasse.
A SRA. PRESIDENTE: Senhores Vereadores, o orador está solicitando um
pouco mais de silêncio no Plenário, a fim de que ele possa fazer o seu
pronunciamento.
O Sr. Hermes Dutra: V. Exa. permite um aparte? Eu serei breve.
O SR. WERNER BECKER: Eu não posso passar, não posso
permitir que V. Exa. passe na frente do Ver. Clóvis Brum, porque este
vai ficar muito frustrado.
O Sr. Hermes Dutra: Realmente, não posso; ele é Sargento do Exército e eu
só cheguei a cCabo. V. Exa. tem razão. Ficaria mal hierarquicamente. Está certo V. Exa.
O SR. WERNER BECKER: É, disseram-me que, durante a
Revolução, V. Exa. fez coisas de Cabo de Esquadra.
Sra. Presidente e Srs. Vereadores, enquanto a educação vai bem com Sérgio Zambiasi –
Simon neles -, a obra de devastação, agora, chega no Hospital Conceição, que atende a população de
500 mil pessoas na Zona Norte. Após a terapêutica da força, com a Brigada
Militar, temos a notícia de que o Hospital Conceição está absolutamente paralisado: os doentes da UTI estão sem cobertura?
O Secretário Antenor Ferrari conseguiu chegar onde o Secretário Bernardo tinha
chegado na educação: paralisou tudo. Sabem o que está acontecendo no Hospital Conceição? Sabem o que é um hospital paralisado? Sabem o que é a UTI paralisada?
Vejam, V. Exas., se tivéssemos algum familiar lá, com um
atendimento de urgência paralisado? Incúria, incompetência, irresponsabilidade e violência. Enquanto isso, afirmam que foram feitos
não sei quantos quilômetros de estradas, não sei quantos mil, só
que não se apresentou um quilômetro pavimentado. Bom. É o embuste e a mentira. Mas o caso urgente,
urgentíssimo, que merece toda a nossa atenção, e a atenção da Câmara, é o Hospital
Conceição. Não é possível que a Câmara permaneça inerte e paralisada, que os
nossos desejos, necessidades e premências eleitorais se sobrepairem perante esta verdadeira
tragédia na Zona Norte de Porto Alegre: o
Hospital-Sede absolutamente paralisado. De um lado, a intransigência e irresponsabilidade absoluta, de
outro lado o arbítrio e incompetência do Governo Estadual.
Por isso pedi a formação de uma
Comissão Externa hoje, para que talvez a Câmara de Vereadores possa acudir
esses dois lados que se chocam em detrimento dos doentes, dos agonizantes, para
que possa colaborar para uma negociação, para um momento de lucidez.
Encarecidamente solicito que os
nossos Vereadores, que os meus colegas Vereadores componham essa Comissão Externa, e vão ao Hospital
Nossa Senhora da Conceição para ver o que podem fazer por essa gente que lá está
instalada, que agoniza, que morre, pela irresponsabilidade e pela incompetência.
Sra. Presidente e Srs. Vereadores, o Governo Estadual
do PMDB creditou apenas 5% do seu Orçamento para a saúde.
Sra. Presidente e Srs. Vereadores, nega-se o Governo
Sarney, o Governo Simon, o Ver. Clóvis Brum – que é o porta-voz do PMDB aqui – o Governo nega-se a
fazer, a dar qualquer aumento no Hospital Nossa Senhora da Conceição, enquanto os funcionários da Caixa
Econômica Federal, do Banco do Brasil conseguem
aumentos, empréstimos, com dois anos de carência, sem correção monetária. Os
funcionários da Saúde passam fome, perto dos doentes que morrem.
O Sr. Clóvis Brum: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Nobre Ver. Werner Becker, além do Dep. Sérgio Zambiasi, detentor da maior votação que um Deputado
Estadual já recebeu
na história do Rio Grande do Sul, já havia a disposição anunciada pelo próprio
Governador, de algumas alterações no seu secretariado. Rigorosamente as alterações foramma
feitas pelo Governador do Estado.
O SR. WERNER BECKER: Por que saiu de Secretário o Sr. Fábio Koff?
O Sr. Clóvis Brum: Como quem compõe e quem convida é o Governador,
talvez só o Governador Pedro Simon pudesse dar com precisão essa informação.
O SR. WERNER BECKER: V. Exa. pode perguntar para
ele.
O Sr. Clóvis Brum: Eu correria o risco de fazer essa pergunta, agora,
como é da competência do Governador o seu secretariado, eu ficaria constrangido
em fazer uma pergunta desse nível ao Governador.
Mas, nobre Vereador, com referência à paralisação do Hospital
Conceição, nós estamos todos preocupados com o problema, o problema é muito grave e muito sério. E
digo mais, até assistimos o anúncio de V. Exa., da criação de uma Comissão
Externa, com muito respeito. Nós achamos que toda participação dos setores da Cidade, no encaminhamento de uma solução para esse
problema, é bem-vinda. E digo mais, na condição de Líder, tão logo seja votada
essa Comissão, indicarei imediatamente os representantes do PMDB. Pode ter certeza V. Exa. que sua
iniciativa é importantíssima para nós. Nós vemos isso como a demonstração de uma preocupação muito grande, por parte de
V. Exa., que seja alheia às nossas preocupações,
no sentido de resolver os problemas do Conceição, que é grave para toda a Cidade
e principalmente para os pacientes.
O SR. ARANHA FILHO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, pediria desculpas ao orador,
que ocupa a tribuna neste momento. Essa Questão de Ordem é no sentido de saber da Mesa se existe possibilidade da formação de mais uma Comissão Externa,
neste momento. Parece que o Regimento Interno contempla três Comissões internas num determinado tempo, vigendo como gosta o Ver. Hermes Dutra, mas me parece que
não cabe, no momento, uma Comissão Externa. Como Presidente da COSMAM desta Câmara, eu
perguntaria a V. Exa. se é possível uma Comissão Externa, exatamente, no dia de
hoje.
A SRA. PRESIDENTE: Nós vamos lhe dar a resposta daqui a alguns
instantes, nobre Vereador.
O SR. WERNER BECKER: O Ver. Aranha Filho
estabeleceu, de boa fé, evidentemente, uma confusão entre Comissão Especial e
Externa; eu não pedi Comissão Externa e sim Comissão Especial, não há nada que
limite, no Regimento, número de Comissões Externas.
De outra parte, Vereador, o sábado foi feito para o homem e o homem não foi feito para o sábado, está
no evangelho de devoção de V. Exa.; neste momento, em que agoniza um e morre outro, meras limitações
formais do Regimento Interno não podem impedir o funcionamento dessa Comissão, seja Externa, Especial ou qualquer
outro nome que tenha. Evidente que a rigor poderia ficar o assunto ao
encargo das mãos competentes de V. Exa., da Comissão de Saúde, mas tenho a
impressão que a criação de uma Comissão Externa especial possui mais conteúdo, mais impacto do que uma mera Comissão
ordinária, mas tenho certeza que V. Exa. participará dessa Comissão Externa e dará toda a sua colaboração,
sua experiência, porque precisamos, imediatamente, ir ao Hospital Conceição dizer que estamos dispostos a colaborar no que
possamos para evitar esse impasse, da intransigência de um lado e da incompetência do outro. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Nobre Vereador, consultado o Regimento Interno, Ver. Aranha Filho,
Comissão Especial Externa não há limitação, e não precisa ser solicitada ao Plenário, é uma decisão, imediata, do Sr.
Presidente. O Sr.
Presidente é que
constituirá essa Comissão. Agora, como a Casa tem uma Comissão Interna Permanente, V. Exa. pode argüir ao Sr. Presidente de que a Comissão de V. Exa.,
eventualmente, poderia realizar a tarefa.
O SR. ARANHA FILHO: Sra. Presidente, eu agradeço as providências de V. Exa. e estou
satisfeito com a resposta.
A SRA. PRESIDENTE: Tempo de Liderança com o Ver. Aranha Filho.
O SR. ARANHA FILHO: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, inicialmente
pediria desculpas ao Ver. Lauro Hagemann, mas já havia solicitado tempo de
Liderança, exatamente no momento em que os debates nesta Casa tratavam do assunto
Hospital Cristo Redentor e por extensão ao Fêmina, Criança Conceição e ao Conceição. Realmente, o assunto é muito sério e na quinta-feira que
passou recebi um telefonema do Ver. Lauro Hagemann para que esta Casa, pela sua
Comissão de Saúde e Meio Ambiente se pronunciasse. Nós, tanto na quinta-feira como na sexta e fim de
semana, tentamos um contato com o Sr.
Secretário de Saúde e Meio Ambiente do Estado, sem qualquer condição de
completar esta comunicação. Mas vejo pelos jornais que as coisas se avolumaram e
realmente começa a preocupar, não só aos políticos, mas a toda população. Mortes estão acontecendo,
gente com problemas sérios de saúde estão sendo transportados para outros hospitais e uma experiência muito
séria, experiência que
passei neste fim de
semana com um doente
de Capão da Canoa, com 82 anos de idade, com problemas que necessitavam socorros médicos na área urológica,
inclusive com cirurgia de urgência. Tentei diversos contatos com hospitais e consegui que numa emergência fosse atendido pelo
Pronto Socorro. Imediatamente – é lógico que o Pronto socorro não pode ficar
com o paciente – o Pronto Socorro tem que repassar para outro hospital e aí que começou realmente uma
função que confesso extremamente desagradável para mim, como um
terceiro, no caso, e eu imagino a dor que estava passando a família deste
paciente.
De forma que, no exato momento em que o Ver. Werner
Becker sobe à tribuna e pede uma Comissão Externa ou Especial para verificação deste
problema e até para que se consiga uma interveniência junto ao Grupo Hospitalar Conceição, junto ao Secretário de Saúde e Meio Ambiente, junto ao Governo do Estado, eu acho que a Câmara
Municipal tem a obrigação de estar presente neste ato, senão para tentar abrir os olhos do
Sr. Governador, dos senhores altos mandatários que tratam da saúde a
nível de União, que
vejam o problema que está acontecendo exatamente nesta área hospitalar, onde os
funcionários reivindicam melhores salários, melhores condições de trabalho.
Nós, de maneira alguma, queremos
estar na área ou mais especificamente
no problema entre patrão
e empregados. Absolutamente, não é este o motivo da nossa participação, mas, se
for o caso, certamente estaremos em condições de dar o apoio necessário a ambas
as partes. Não é o problema de participar de uma negociação dessas, de defender
quem quer que seja, nós temos que estar pensando, neste exato momento, sobre o
que Porto Alegre necessita e nós sabemos disso. A falta de leitos, a falta de condições hospitalares já com todos os hospitais em
pleno andamento já é deficiente para a cidade de Porto Alegre, imaginem com
quatro hospitais em greve, repassando doentes para outros hospitais, o caos que
não estáa acontecendo em nossa Cidade.
É exatamente, Sra. Presidente e Srs. Vereadores, pela incompetência
do Governo de V. Exa. é que tudo isso está acontecendo no Estado do Rio Grande do Sul e em Porto Alegre. Exatamente por causa disso.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Liderança com o PDT, Ver. Cleom Guatimozim.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós estamos encaminhando à Procuradoria-Geral do Município um alerta: existe, no
momento, em Porto Alegre, uma verdadeira febre de pedidos de usucapião. Estão
usucapiando terras de propriedade do Município, e nós sabemos que não vale
usucapião contra o Poder Público, não é possível. Mas,
são aquelas áreas que, por desapropriação, restos de desapropriação, inclusive
de muitos anos atrás e que estão sendo cercadas no momento, e os processos já
tramitam nas varas cíveis de Porto Alegre. Nós estamos encaminhando ao Sr. Prefeito Municipal, para que a Procuradoria-Geral
do Município conteste todos os pedidos de usucapião feitos para a Cidade Baixa,
especialmente as das Ruas Baronesa do Gravataí e Barão do Gravataí, onde
pessoas sem nenhum direito cercaram grandes áreas, para pedir usucapião. sem nenhum direito de cercarem
grandes áreas, para pedir usucapião.
É um enriquecimento ilícito
dessas pessoas. Na Baronesa do Gravataí, em
prejuízo dos moradores, alguns dos quais nasceram ali, estão usucapiando
grandes áreas de terra. Os processos que tramitam, no momento, na Justiça, um dos quais na 8ª Vara Cível e é requerido por um cidadão que não tem nenhum direito, prejudicam os moradores do
local, que moram em pequenas peças e pequenas casas, onde o quarto e a cozinha
são no mesmo local.
Nós estamos encaminhando à Procuradoria-Geral do Município o número deste processo, a Vara em que
tramita e nome das pessoas que estão pedindo usucapião, porque estas áreas são do interesse social. Se efetivamente estas áreas não têm dono, elas
devem ser transferidas ao DEMHAB, para que se aproveitem os moradores do local. Nós acabamos de encaminhar ao Protocolo um pedido de
que aquelas áreas, por emenda nossa,
passem para o DEMHAB, para que ele
as distribua àquelas pessoas que moram naquelas subabitações. São, Srs.
Vereadores, pequenas malocas, localizadas na Baronesa do Gravataí, onde vivem muitas crianças,
famílias de trabalhadores que necessitam do apoio desta Casa. E eu sei que esta Casa não vai falhar, porque
nunca faltou aos compromissos sociais com a população. Então, virá à apreciação desta Casa, Srs. Vereadores, uma emenda nossa, que passa
para o DEMHAB aquelas áreas
que ali estão abandonadas e que não têm dono, para os moradores da localidade.
O DEMHAB fará uma redistribuição àquelas pessoas que moram ali e a condição primeira
é esta: morar na Baronesa do Gravataí, em subabitações.
Em certa época, houve assim um surto, uma
febre de pedidos de usucapião. E pediam usucapião de tudo, até aquele cidadão que saiu por um
momento de casa, para visitar a sogra e, quando ele voltou, tinha um pedido de usucapião da casa
dele, tal era a febre. É claro que esta é uma figura de exagero que eu faço. Estão fazendo
pedidos de usucapião de terras, que a lei proíbe, porque são de propriedade do Poder Público. Mas ora! Se o Poder Público não tem controle sobre estas áreas, porque está de
posse, de muitos e muitos
anos, como sobra de desapropriações, então há facilidade de passar estas
usucapiões. Nós pedimos, hoje, que a Procuradoria-Geral do Município conteste
todos eles. É obrigação da Procuradoria, porque é de alto interesse social. O Município tem que ter estas
áreas, transferi-las ao DEMHAB, para que este faça uma redistribuição para
aquelas pessoas que vivem em uma pequena casinha, às vezes com um grande número de filhos do
colégio público e aquele trabalhador de mão calejada, o trabalhador verdadeiro, e que habita uma pequena casa naquela zona.
Então, quero chamar a atenção do Plenário que esse
surto de pedido de usucapião que está atingindo a Cidade Baixa, exatamente
aquelas terras que o Município perdeu o controle, e é de interesse social, e a
nossa Emenda passa, para o DEMHAB, as terras, para que elas sejam redistribuídas aos moradores do
local, e, estou certo,
de que teremos o apoio do
Plenário. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Em Grande Expediente, Ver. Lauro Hagemann.
O SR, LAURO HAGEMANN: O SR. LAURO HAGEMANN:
Sra. Presidente e Srs.
Vereadores, q. Quero deixar registrado nos Anais,
desta Casa, a minha profunda preocupação com relação ao que ocorre presentemente no Grupo Hospitalar
Conceição, e manifestar a minha inconformidade com o
tratamento dado ao problema. Se de um lado as autoridades, que são responsáveis
pelo Grupo Hospitalar Conceição, acusam os funcionários
de serem intransigentes, estáa se
verificando também uma intransigência
muito grande por parte de quem detém o comando
do Grupo Hospitalar Conceição, e digo isso com autoridade,
de quem, quinta-feira, esteve presente no ato púublico,
e, posteriormente, em contato
com o Sr. Secretáario
da Saúde, Dep.utado
Antenor Ferrari, que ée o Presidente
do Conselho Administrativo do Grupo Hospitalar Conceição. Se, por um lado, a Direção do Grupo acusa um partido político de fomentar a intransigência, através da Associação dos Funcionários, do mesmo Grupo, por outro
lado, não ée
menor a intransigência das autoridades. A minha intervenção,
naquela tarde, foi no sentido de conseguir que se desanuviasse o
ambiente, porque o assunto merece todo
o cuidado. A pretexto de se combater uma greve que estaá em andamento no Grupo, criando, com o noticiário da imprensa, uma grande intranqüilidade entre a população, não é menor a intranqüilidade que se estáa
gerando com a intransigência, com as demissões, e com as constantes ameaças de mais demissões no Grupo Hospitalar
Conceição. A população da Cccidade
de Porto Alegre tem
responsabilidade, também, no trato deste problema, já que o Grupo está sediado no nosso Município e presta serviço aà nossa sociedade, é pertinente, portanto, a preocupação do Ver. Aranha Filho, como Presidente da
Comissão de Saúde desta Casa em participar
das negociações. Não estamos aqui para colocar mais lenha na fogueira. Gostaria que houvesse
manifestação de transigência de parte a parte e como a minha posição é uma
posição de classe devo dizer que a transigência
deve partir das autoridades que comandam o Grupo Hospitalar Conceição e não aumentar esta intransigência para que a população não sofra as conseqüências. Hoje, o que está-se verificando, no
seio da sociedade porto-alegrense, da Grande Porto Alegre, é uma intranqüilidade total com relação aos rumos que está tomando o
Movimento do Grupo Hospitalar Conceição, porque nenhum paciente está-se sentindo à vontade para procurar os
hospitais do Grupo para o seu tratamento. E isto coloca em risco a situação sanitária de Porto
Alegre e da Grande Porto Alegre.
Por isso, Sra. Presidente,
Srs. Vereadores, quero mais uma vez registrar a minha inconformidade com a
situação que está
atravessando no Grupo Hospitalar Conceição. Os funcionários reivindicam
melhoria salarial. Estão fazendo a sua reivindicação. Por outro lado, a Direção do Grupo não está
querendo atender a estas reivindicações, está pretendendo determinar um aumento salarial que é
irrisório, que não condiz com a atual situação por
que passa o País e que é possível ser remediada. Ninguém
está pedindo o impossível, estão pedindo o que é justo e isto está trazendo
esta situação de intranqüilidade e esta situação de intranqüilidade que quero deixar registrada
na tribuna porque, repito, a pretexto de se combater
uma intransigência que estaria colocando em risco a vida das pessoas lá
internadas, uma situação muito pior está -se
criando com o que está estabelecido naquele Grupo, porque não é o salário dos funcionários do Grupo Hospitalar Conceição
que está criando uma situação de intransigência das autoridades que comandam
aquele Grupo e que está trazendo esta intranqüilidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Liderança com o PL, Ver.
Jorge Goularte.
O SR. JORGE GOULARTE: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, quero comentar o Editorial da
“Zero Hora” de hoje a respeito do chamado S “sábado
iInglês”. Penso que o que ali está colocado, e não é por eu ser favorável à livre iniciativa, à liberdade de abertura do horário de funcionamento do comércio,
das lojas, mas entendo que chegou o momento de Porto Alegre ver-se livre desta verdadeira
ameaça que a cada ano aparece, em relação ao chamado “sábado inglês”, que de inglês não tem nada, pois na Inglaterra se compra aos sábados à tarde, domingos também porque o que precisam
as nações, e especialmente as grandes cidades, é de trabalho, é a possibilidade de vagas e a
possibilidade de compra da população.
Já ouvi aqui se dizer que os comerciários precisam de descanso e
concordo, por isto entendo que deva ser respeitada rigorosamente a jornada de 44 horas semanais aprovada pela Constituinte, e aíi
pergunto: os comerciários têm de estar livres para comprar,
mas onde, se vai fechar tudo? Deve haver uma negociação
com os empresários em entendimento com os comerciantes para que haja rodízio, mas
sem fechamento de lojas, que devem estar abertas sempre, e que Deus ajude,
estejam abertas inclusive pela madrugada. Que bom seria que Porto Alegre
pudesse ter uma vida tão intensa que funcionasse durante 24 horas, ou seja
4 turnos e 4 turmas. Não se
precisa ser muito inteligente para se saber, com tranqüilidade, que 4 turmas exigem
muito mais pessoas do que um turno. E 4 turnos exigem 4 vezes mais o número de pessoas exigidas
para um turno, porque existe, ainda, a diferença de horário, e as acomodações em relação aos horários.
Eu achei muito válido o editorial de Zero Hora, que coloca, com clareza, exatamente como
este Vereador pensa. Eu pergunto: e a população? Até hoje sóé se
fala em comerciantes e comerciários. E o porto-alegrense? E os turistas que nos visitam?
Ah, não tem turismo? ÉE
mais um erro nosso. Nós temos que incentivar. Acho que
Porto Alegre tem o seu turismo e, inclusive os países
vizinhos que passam por Porto Alegre, que ficam alguns dias. Fechando o
comércio é que eles não vão ficar, mesmo. Então, eu, que tenho
posições muito claras, que quero respeito
à jornada de trabalho, mas que quero a
liberdade de funcionamento do comércio. E repito: em todos os níveis.
Que cada porta que possa abrir-se para o comércio tenha a
liberdade de fazê-lo, que possamos nós termos condições de oferta de mão-de-obra. Estou de
acordo, inteiramente, com o programa do PL, que define a livre iniciativa, que
define o pleno emprego e que defende a liberdade para o comércio. Vamos ver. Dentro de
poucos dias vamos decidir: se querem
Porto Alegre um fantasma ou se querem uma Porto Alegre atuante, livre, oferecendo oportunidade de
emprego, abrindo as suas lojas para a população
da Capital, dos mMunicípios vizinhos, dos países vizinhos, com liberdade de emprego. Tem que se acabar
com esta história de fazer demagogia em cima
de assuntos tão importantes.
Há também, e aqui se esquece
muito, o comerciário que ganha por venda, por comissões que terá reduzido sensivelmente os seus
ganhos, ou será que desconhecem que é nos sábados à tarde que as pessoas têm mais tempo para, se não comprarem naquele dia, pesquisarem para comprar segunda ou
terça-feira. É um meio de amostragem, é uma vitrine aberta para que a população procure e pesquise onde comprar. Eu espero
com tranqüilidade a decisão desta Casa. Sou um homem de
posição definida e sempre entendi que a pior posição do político é não ter posição. Eu tenho a minha posição e respeito
a posição dos outros, assim espero que
respeitem a minha também.
Aproveito a oportunidade, Sra.
Presidente, para comunicar a chegada neste Plenário
do candidato do PMDB, Dep. Antônio Britto e da minha querida amiga MercedesMercedez Rodrigues, pela qual tenho o maior carinho. Sempre temos dito que as siglas
não nos separam, porque a nossa amizade é de muito tempo e não interferems as
siglas nestas situações. Esperamos que o Dep. Antônio Britto tenha uma boa recepção como merecem
nesta Casa e deve receber uma saudação melhor feita por outro Vereador do seu Ppartido,
penso eu, já que a Presidente me solicita que meu tempo
já se esgotou, e
deve ela mesmo querer fazer a saudação.
Encerro, Sra. Presidente e
Srs. Vereadores, se a Mesa me permitir e como eu sou um democrata, que eu saúde pelo PL, uma saudação muito especial como já fiz anteriormente ao Dep. Antônio Britto e àa
querida MercedesMercedez, que já foi homenageada nesta Casa numa solenidade muito tocante e que
esperamos que sejam bem recebidos como estão sendo, e recebendo inicialmente as congratulações do Partido Liberal. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Solicita
a palavra o Ver. Clóvis Brum, Líder do PMDB, para saudar os nossos convidados que nos visitam neste
momento. Com a palavra, o Ver. Clóvis Brum.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sra. Presidente, Srs.
Vereadores, ilustre Deputado Federal licenciado e candidato
do PMDB à Prefeitura de Porto Alegre, Dr. Antônio BrittoBritto. Ilma.
companheira e candidata à Vice-Prefeita de Porto
Alegre, Dra. MercedesMercedez Rodrigues. É uma honra muito grande para nós tê-los nesta tarde em visita à Casa e em visita à Bancada do PMDB. Fazemos, neste instante, a saudação da Liderança do PMDB aos
candidatos do Partido que nos dão a honra da sua presença. Queremos dizer que a
Câmara de Porto
Alegre, tradicional
Casa Legislativa do Brasil com mais de dois séculos de existência, tem recebido visitas ilustres e nesta galeria de visitantes ilustres soma-se a de Antônio BrittoBritto e de MercedesMercedez Rodrigues que, na caminhada de suas campanhas eleitorais à Prefeitura de Porto Alegre, consignaram esta tarde como o momento da visita à Câmara de Vereadores .
Registro igualmente a presença de representantes de funcionários e de representantes do
Sindicato da Estiva de Porto Alegre, que também nos honram com sua presença nesta tarde. Deputado BrittoBritto e Dra. MercedesMercedez Rodrigues, registrada está a alegria e a satisfação da Bancada do PMDB, dizendo
ao Dep. BrittoBritto e a Dra. MercedesMercedez que idêntico comportamento
tem tido a Casa e as suas lLideranças ao registrar a presença de outros
ilustres candidatos que aqui já estiveram nos honrando, dos
mais diferentes Partidos políticos. A presença de BrittoBritto e MercedesMercedez nesta tarde, particularmente para nós, do PMDB, é um motivo de
especial significado, porque chegam exatamente quando a Casa e os seus Vereadores
todos se encontram às voltas com as suas campanhas eleitorais, sem se
descuidarem do processo legislativo que transforma a Câmara de Porto Alegre, Dep. BrittoBritto, na única Casa Legislativa do País que se reúne diariamente e que, rigorosamente,
durante o recesso, tem uma Comissão Representativa constituída da maioria absoluta da Casa,
o que vale dizer, até no recesso a Casa funciona.
Registramos, por fim, a
satisfação de que as Lideranças representadas do PDS, do PC, do PPL, do PL e do
PDT, se encontram,
neste momento, numa
demonstração cívica, Dep. BrittoBritto, de prestigiamento, de democracia, que tem
norteado o trabalho da Câmara de Porto Alegre. Nossos cumprimentos, nossa
certeza nas propostas de V. Exa., nas propostas do PMDB, e registramos,
finalmente, a nossa grande honra e a nossa grande satisfação de tê-los aqui, na Câmara Municipal de
Porto Alegre, nesta tarde. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Com palavra,
o Ver. Cleom Guatimozim, Líder da Bancada o
PDT.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, ilustre Dep. BrittoBritto, candidato a Prefeito; Sra. MercedesMercedez, candidata à ?Vice-Prefeito, pelo PMDB.
Nós, do PDT, desejamos, também, manifestar a nossa satisfação por essa visita. Vivemos
num regime democrático onde todos nós queremos a mesma coisa por caminhos
diferentes. Não encontrei, na minha vida pública, nenhum homem público,
nenhum político, que não quisesse o bem desta terra. Na realidade, aqui no Rio Grande, nós vivemos numa terra
santa. Em via, ontem, um candidato a nível nacional dizer: é uma terra santa. É uma terra que até a semente que se atira ao acaso, ela germina, ela dá frutos, ela dá flores e os galhos dessas árvores passam a abanar ao
vento que formam o coro que apóia o canto do vento minuano, que é o símbolo de liberdade do gaúcho. O símbolo de liberdade do gaúcho é o vento minuano que sopra em todas as direções, na porta do galpão do gaúchao que chimarreia, que sopra na janela da chinoca bonita que dorme com bata de renda
em colchão de palha, até, entoando canções porque ele canta como se fosse um novo Romeu, formando parte do cancioneiro que o gaúcho canta doo Norte ao Sul deste País e nós, aqui desta terra, vivemos numa terra santa. Quando surgiram, nos
primórdios desta terra, as
primeiras tropas, surgiu um tipo étnico chamado gaúcho que viajava a céu aberto, enfrentando as
intempéries, sem cerca, sempre com espírito de liberdade e ele recebia
muito bem e era recebido nos galpões onde chegava como visita. ÉË com
este espírito dentro desta tradição que chega até nós, que
recebemos nesta tarde, os dois ilustres candidatos que nos visitam nesta Casa, a Casa
do Povo de Porto Alegre. Existem lugares onde isto não ocorre, existem lugares onde
há agressão, onde há violência pela simples
diferença de uma sigla, existem lugares que não há, sequer, o apoio da natureza, existem lugares onde
água invade a terra e põe o homem em fuga, onde o sol
derrame o braseiro das suas fornalhas sobre a
terra, tornando-a estéril e o homem agressivo, tornando impossível
essa convivência. Mas é exatamente usando desse bem-estar, desta situação de receber que o gaúcho tinha desde os primórdios desta terra que nós, em nome do PDT, saudamos V. Exas. que aqui comparecem e que nós os recebemos de coração, com
a mesma tradição de nossos antepassados. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Solicitamos ao Ver. Lauro Hagemann que proceda um discurso de saudação aos nosso visitantes.
O SR. LAURO HAGEMANN:
Sra. Presidente e Srs. Vereadores, ilustre Dep.utado Antônio BrittoBrittto, iIlustre
Dra. MercedesMercedez Rodrigues. A: a Câmara
Municipal de Porto Alegre, por mais de dois séculos de existência
em defesa da representação
popular da Cidade, sente-se, hoje, muito
honrada pela vista de nossos ilustres
visitantes, candidatos à Prefeitura da nossa Cidade. Embora circunstancialmente colocados
em campos diferentes, não adversos, diferentes, não podemos elidir a
nossa manifestação de júbilo pelo fato de que dois concorrentes à
Prefeitura de nossa Cidade aqui compareçam, numa demonstração
de civilidade e de ajuste
ao processo democrático que estamos tentando reconstruir em nosso Paíis.
Essa visita oferece à Casa a oportunidade de saudá-losados com muita efusão, augurando-lhes que,
na campanha que estão desenvolvendo, possam oferecer alternativas à
sociedade porto-alegrense para a solução
de graves problemas que nos afligem.
Isso não significa imputar a quem quer que seja responsabilidades por essa ou
aquela situação: é uma decorrência da vida que temos vivido, mas que
queremos modificar.
Por isso, em nome da Mesa da Câmara Municipal, tenho a honra e a satisfação de saudar os nossos dois ilustres visitantes,
dois ilustres companheiros,
almejando-lhes que, na caminhada que estamos trilhando juntos, possamos,
todos nós, chegar ao resultado que
Porto Alegre deseja e necessita: uma
Aadministração, que se
instalaráa a 1º de janeiro do ano que vem, capaz de responder às necessidades,
aos apelos, e, sobretudo, aos sonhos da nossa população.
Sejam bem-vindos na Casa do Povo de Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Concedemos
a palavra aos nossos visitantes. Com a palavra, o Dep. Antônio Britto.
O SR. ANTÔNIO BRITTOBRITTO: Sra.
Presidente, Srs. Vereadores; Srs. Líderes de Bancadas que nos honram com suas presenças e com
suas palavras; companheiros de Ppartido,
do meu Partido, o PMDB.
Desejamos, a Dra. MercedesMercedez, e
eu, fazer desta visita,
mais do que um ato simbólico de cumprimentos.
Às vésperas da promulgação de uma nova Constituição, é preciso fazer desse ato, que não é exclusivo nosso, é preciso fazer deste ato, mais
do que um ato simbólico, pois dentro de 48 horas, exatamente em 48 horas, o Poder Legislativo
deste País, voltará a desfrutar da plenitude das suas prerrogativas, dos seus
direitos, das suas virtudes.
Quando se contar a história do que ocorreu a este País, quando se contar a história, haverá de se relembrar o
5 de outubro como o dia que se posicionou o
País em defesa de se poder ser político, de ser corajoso, e ao
mesmo tempo sendo legislador.
Não será apenas um momento de festa, e um momento de compromisso. Temos dito, a Dra. MercedesMercedez e eu, que em nenhuma fase da
vida política brasileira se delegou
tanta responsabilidade, delegou tamanhas tarefas ao Legislativo Municipal quanto esta que
agora se inaugura. Primeiro, porque em nenhuma fase da vida brasileira o Município poderá tanto,
quanto na fase que se avizinha. Segundo: porque dentro de cada Município, exatamente, pela ampliação dos direitos, dos deveres e
das prerrogativas dos Legislativos, em nenhuma fase
da vida brasileira, o
Legislativo, dentro
de cada Município poderá tanto. Em último lugar, porque a próxima Câmara de Vereadores terá a histórica e ímpar tarefa de elaborar e aprovar uma Llei Oorgânica, que terá um espaço quase infinito de atuação. Seja porque, maiores serão os poderes do Município dentro da Federação, seja porque,
dentro de cada Município, maiores serão as atribuições do Poder Legislativo.
Sou com muito orgulho um parlamentar, e, não conheço
tarefa que a política possa delegar a alguém, por vontade
do povo, mais importante, mais difícil do que a tarefa legislativa. Ora,
ouvindo a população, funcionando como canal de audiência e de tramitação
de reivindicações; ora, como seres criativos que podem
a cada momento, através da propulsão legislativa, procurar dar a sua contribuição
ao equacionamento de problemas e superação de dificuldades. O, ora, como co-responsávelis, junto ao Executivo, pela administração de uma cidade,. no
caso específico, da nossa Cidade, de Porto Alegre, desafios imensos
estão postos diante de todos os homens públicos
dessa Cidade, não poderão ser superados, seja quem for o encarregado pelo
povo de fazer isso, não poderão ser superados, sem que por decorrência
da nova Constituição, por decorrência da nova situação política e, acima de tudo, por decorrência
do que é fazer política. Não haverá solução a
nenhum problema, se não se estabelecer, permanentemente, guardadas as diversidades, ai de nós sem elas; guardada a pluralidade, ai de nós sem ela, mas não se poderá estabelecer a solução de qualquer dos problemas de
Porto Alegre se essa não for uma tarefa executada de
igual para igual, entre aqueles que têm a ventura e a responsabilidade de representar o povo dessa Cidade nesta Casa , e aqueles que em nome do
mesmo povo forem cumprir a outra parte da tarefa, a tarefa executiva.
Como porto-alegrense, tenho acompanhada
permanentemente o que é a qualidade desta Câmara, o que é a bravura desta Câmara, o que é a
garra desta Câmara.
E tenho certeza que a Câmara Municipal de Porto Alegre, às vésperas, 48 horas
antes de um novo tempo, está preparada para esse novo tempo. E seguramente
preparada, também, para o novo tempo que, graças à democracia, começa a 1º de
janeiro. Muito obrigado a todos. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Interrompemos a Sessão por 4quatro minutos para despedida dos nossos convidados.
(Os trabalhos são
suspensos àsSuspendem-se os trabalhos às 15h4554min.)
A SRA. PRESIDENTE (às 16h08min.): Estão
reabertos os trabalhos. Registro a presença dos Vereadores Adão Eliseu, Cleom
Guatimozim, Ennio Terra, Flávio Coulon, Gladis Mantelli, Jorge Goularte, Lauro
Hagemann, Luiz Braz, Ignácio Neis e Paulo Sant’Ana. Não há “quorum”.
Encerram-se os trabalhos.
O SR. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar,
declaro encerrados os trabalhos.
(Encerra-Levanta-se a Sessão às 162h0944min.)
* * * * *
Solicito ao sr. Secretário “ad
hoc”, Ver. Jorge Goularte, que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores
para verificação de “quorum”.
O SR.
SECRETÁRIO “AD HOC”: (Procede à verificação de
“quorum”.) Há “quorum”, Sr. Preidente.
O SR.
PRESIDENTE: Havendo
“quorum”, passamos à
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
PROC.
2768/87 – PROJETO DE LEI OCMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº -15/87, que dispõe
sobre a urbanização da orla do rio Guaíba, entre a Usina da Volta do gasômetro
e a Ponta do melo, cria o Fundo de Saneamento Básico para vilas populares e dá
outras providências. Projeto Praia do Guaíba. COM MENSAGEM RETIFICATIVA,
EMENDAS DE 01 A 05 E SUBSTITUTIVO.
Parecer:
- da Comissão
Especial, Rel. Ver. Caio Lustosa; pela rejeição do Projeto e
pela aprovação do Substitutivo.
(Obs.: Incluído na Ordem do
dia por força do artigo 44 da Lei Orgânica do Município.)
O SR.
PRESIDENTE: Solicito ao Sr. Secretário que apregoe Emendas
recebidas pela Mesa, referentes ao PLCE nº 015/87.
O SR. 3º
SECRETÁRIO: Emenda de Líder do Ver. Artur Zanella, ratificada
pelo Ver. Raul Casa. (Lê a Emenda.)
Emenda do Ver. Werner Becker,
que recebeu o número 08. (Lê a Emenda.)
Esta Emenda, subscrita pelo
Ver. Werner Becker, é referendada pelo Líder do PDT, Ver. Cleom Guatimozim.
Outra Emenda da Liderança do
PDT, subscrita pelo Ver. Werner Becker, é a seguinte: (Lê.) “Suprima-se a área
expressa como PPG1.4, constante do Anexo 01 – Projeto de Lei complementar do Executivo
nº 015/87, com a conseqüente alteração de textos, tabelas e mapas”.
Estas são as três Emendas
constantes sobre a mesa, Sr. Presidente.
O SR. FLÁVIO
COULON (Questão de Ordem): Gostaria de saber se estas
Emendas vão ser distribuídas por cópias. Qual é o tempo que disporemos para
decodificar essa linguagem, pois não se sabe o que é isso aí: PP. EP, EE,
justamente para complicar toda a situação. Gostaria de saber se vai ser aberto
um tempo para que possamos saber, realmente, o que significam estas Emendas.
O SR.
PRESIDENTE: Em
primeiro lugar, as Emendas estão sendo distribuídas aos senhores Vereadores; m
segundo lugar, as decisões ocorrerão pela praxe seguida pelos usos e costumes
da Casa, que os Srs. Vereadores devem conhecer.
O SR. CLEOM
GUATIMOZIM (Questão de Ordem): Nos termos do Regimento
Interno, para contraditar o nobre Ver. Flávio Coulon, dizendo que a linguagem
usada nas Emendas é a linguagem que todo o Vereador deve conhecer, porque se
refere ao plano Diretor, não é para enrolar ninguém.
O SR. FLÁVIO
COULON: Sinto não aceitar as ponderações do Líder da
Bancada do PDT e denuncio que, justamente o uso desta linguagem, nas atuais
circunstâncias, sem que possamos ter tempo para decodificar as reais intenções
destas emendas, é um expediente no sentido de empurrar, através de uma maioria
já obtida aqui nesta Câmara, Emendas que nós não temos condições, no momento,
de avaliar e tudo indica que são contrárias ao interesse público.
O SR.
PRESIDENTE: A Mesa, como dirigente dos trabalhos, não pode
aceitar nem convalidar juízos de valor, nem de competência das partes, motivo
pelo qual se escusa de pronunciar-se a respeito e de dar acolhida a qualquer
andamento neste sentido. A Mesa anuncia que tem um princípio: não deve ter
juízo de valor sobre conteúdos de matérias e coloca isto aqui.
O SR. WERNER
BECKER (Questão de Ordem): Quero informar ao Ver. Flávio
Coulon e a qualquer Vereador presente que não tenha lido nem estudado o
Projeto, que eu estou em condições de, pedagogicamente, explicar, em linguagem
simples, aos que não estudaram o Projeto, aquilo que não entendem. Se
interessar mesmo esta informação, eu posso fazê-la, mas quero sintetizar que
ela apenas atende às reclamações daqueles que reclamavam da área pública a ser
atingida e que ela apenas pretende, a emenda, diminuir em 18% o volume que ia
ser edificado de área privada . Isto é muito simples, e basta, ou boa vontade,
ou um mínimo de intimidade com o Projeto que hoje se aprova ou reprova, para
saber isto. Demonstra a intervenção do Ver. Flávio Coulon que ele não quer
debater, porque ele não conhece, não sabe o que é, não quer debater porque não
teve a preocupação em estudar o Projeto, pois sua preocupação maior foi se
postar contra ou a favor imediatamente.
O SR.
PRESIDENTE: A Mesa pede vênia aos Srs. Vereadores, para dizer
que os Srs. Vereadores terão assegurado, pelo mandato que têm, dispor da
tribuna, mediante inscrição feita perante o r. Secretário dos trabalhos, pois a
Mesa não pode ser colocada como árbitro da questão, de vez que esse é o papel
dos Srs. Vereadores nas suas individualidades. Em questões dirigidas à Mesa,
até o presente momento, não são pertinentes a ela, de vez que são juízos de
valor, e a Mesa não pode avançar sobre este assunto, só podendo oferecer
organicamente as inscrições, pois isso manda o Regimento Interno. Pedimos a
compreensão dos Srs. Vereadores, pois gostaríamos de nos manter eqüidistantes
dos juízos de valor, não só pelo Regimento Interno, mas, sobretudo, pelo
respeito recíproco que nos cerca.
O SR. FLÁVIO
COULON: Sr. Presidente, sou solidário com as suas
ponderadas considerações, reconheço que V. Exa. tem toda a razão, mas faço um
apelo para que o neo-pedetista, que há pouco se pronunciou, compareça à tribuna
e explique o Projeto, já que ele conhece tão bem, e, em especial, a sua Emenda.
O SR.
PRESIDENTE: Acredito que os Srs. Vereadores farão normalmente
as inscrições que se arem neste momento. Elas terão uma praxe: deverão ser
feitas rigorosamente junto ao Sr. Secretário dos trabalhos, e o Vereador que quiser
ser inscrito comunique ao Sr. Secretário, pois a Presidência tem que controlar
o tempo. A Presidência se louvará, exclusivamente, nas inscrições feitas na
Secretaria da Mesa, e esta posição vale para esta presidência, ou para qualquer
outra que venha a assumir os trabalhos. A Mesa solicita aos Srs. Vereadores que
façam suas inscrições.
Primeiro inscrito é o Ver.
Caio Lustosa, V. Exa. tem dez minutos.
O SR. CAIO
LUSTOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, representantes da
comunidade comunitária e parcela do povo, parcela de 66, que aqui está nas
galerias, este Projeto denominado Praia do Guaíba, ele teve um início sigiloso.
Quando em abril de 87, o Sr. Prefeito Municipal assinou um contrato, só ele com
o Escritório de Arquitetos e Urbanistas Associados, dirigido pelo Sr. Jorge
Debiagge, este contrato ficaria nos arquivos do paço Municipal, se não fosse o
milagre do xerox, e se esse xerox não viesse, através de um envelope, até os
gabinetes dos Vereadores desta Casa, entre os quais este que lhes fala. E
justamente a este contrato preliminar. Para estudo da viabilidade urbanística,
arquitetônica e paisagística da orla de
6km do Rio Guíba, é nesse contrato que reside toda ilegalidade, que passou daí
para frente a presidir o comportamento do Executivo Municipal. Foi feito nos
termos do Decreto-Lei nº 2.300, Decreto-Lei federal, para quem não sabe, o
mesmo Decreto-Lei expedido pelo Governo Sarney, expressa e adredemente para
“legalizar” a construção da malfadada ferrovia Norte-Sul. Então, Sr. Presidente
e Srs. Vereadores, já começou mal o encaminhamento desse Projeto com contrato
aparentemente inocente, mas com uma
cláusula leonina, uma cláusula exorbitante e contrária ao interesse público, ao
interesse da municipalidade e contribuintes de Porto Alegre e dos cidadãos,
enfim, que esse interesse deve nortear. É a cláusula 4ª que diz expressamente
que “na hipótese de aprovação de estudo de viabilidade – que depois o arquiteto
Debiaggi veio a desenvolver – “ficam assegurados à contratada” – a firma do Sr.
Debiaggi – “os direitos autorais pertinentes ao desenvolvimento dos projetos de
urbanismo, arquitetura e paisagismo”, e aqui vem o aspecto mais grave: “a
coordenação de todos os demais projetos complementares necessários à execução
das obras, bem como a coordenação da equipe especializada no estabelecimento do
plano jurídico, econômico e – aqui chamo a atenção de todos – mercadológico”.
Mercadológico quer dizer o quê? No plano da transação, da venda, da alienação,
da permuta de áreas que estão pelo Plano Diretor dentro do patrimônio da
municipalidade, pertencendo a cada um e a todos desse milhão e pouco de
porto-alegrenses. Pois esta cláusula que aqui está e que foi assinada pelo
Prefeito, permita a um só cidadão, como que numa ressurgência do tempo da
capitanias hereditárias em que ao Capitão-Mor era dado todo o poder, inclusive
o de aplicar justiça sobre os territórios em que esse estabelecia o seu feudo.
Aqui, então, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, cidadãos de Porto Alegre, reside
o passo inicial de um cortejo de ilegalidades de comprometimento do patrimônio
público em benefício a interesses privados ainda não expressamente declarados,
mas que, pelo que se sabe, pelo que vivemos da história desta Cidade,
principalmente nestes últimos cinco anos, vai aquinhoar os mesmos grupos que
patrocinaram a alteração para pior do Plano Diretor. Será que Porto alegre já
esqueceu o que foi a alteração do Plano Diretor? Será que Porto alegre já
esqueceu, por exemplo, que ali, nos fundos do Colégio Protásio Alves, nas
imediações do centro municipal de Cultura, uma área nobre de centenas de metros
quadrados de valor praticamente inimaginável, e onde está se anunciando a
construção do Plaza Miró, do Grupo Encol, com pobres e modestos apartamentos de
seis milhões de cruzados, no mínimo. Será que Porto Alegre ignora que aquilo
ali foi trocado por uma chacrinha no beco da Fumaça? Será que Porto Alegre
ignora isto? E que o pretexto, nessa oportunidade, como agora, é atender os
humildes? Porque o fundamento social para esta venda, contra a qual muitos
Vereadores desta Casa se rebelaram era a de construir habitações par aos
funcionários do Departamento Municipal de Habitação? Uma área nobilíssima de
centenas, senão de mais de mil, e digo eu, meio hectare talvez, trocada por uma
área no Beco da fumaça. Elas por elas. Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
a questão. Aqui, fundamentalmente, reside em analisarmos a partir desta
cláusula, o estilo de administração que, com o pretexto de modernizar, de
urbanizar, de aproveitar, de civilizar, segundo a palavra do Prefeito, os 100
hectares desta orla, tenta levar à venda, inicialmente 23 hectares, de uma área
cujo valor, também, não consta do processo de avaliação, o preço.
O SR.
PRESIDENTE: V. Exa. terá mais dez minutos, conforme referiu
anteriormente, Sr. Ver. Caio Lustosa.
O SR. CAIO
LUSTOSA: A questão fundamental, então, reside nisto.
Através de um contrato preliminar e cuja legalidade já está toda ela contestada
pelo Parecer nº 7342 da Procuradoria-Geral do Estado, esta venda é ilegal, é contrária
ao interesse público. Os outros aspectos até, paisagístico, urbanístico,
ecológico, caem, debaixo da gravidade deste tipo de contrato. Não é este
Vereador quem diz, mas sim a Procuradora Ana Maria Landel de Moura, em seu
Parecer aprovado pelo Corpo de Procuradores da Procuradora-Geral do Estado, e
pelo seu titular maior, que é o ilustre jurista Manoel André da Rocha. Diz ela
em seu Parecer: “outro ponto que cumpre destacar na análise desta
Carta-Contrato é o que se refere à interpretação da cláusula 4ª do citado
instrumento obrigacional, e que a figura contratada” - abre aspas – “os
direitos autorais pertinentes ao desenvolvimento de projetos de urbanismo,
arquitetura e paisagismo e a coordenação de todos os demais projetos
complementares necessários à execução das obras, bem como a coordenação de
equipe especializada no estabelecimento de plano jurídico, econômico e
mercadológico”, e por aí vai. E acrescenta expressa e sem dúvida alguma a
Procuradora, causa estranheza a edição dessa cláusula, de vez que o artigo 77
do Decreto-Lei 2.300, suporte legal do ajuste expressamente determina que a
administração somente premiará projeto desde que o autor ceda os direitos
patrimoniais, cabendo a fiscalização e execução ao poder Público, facultando-se
apenas ao contratado, ou prestador do serviço, o acompanhamento de sua
execução. E o mais sério, ainda nesse parecer, é quando a sua prolatora afirma,
mais forte ainda fica ressaltado, diz ela, face ao que já foi exposto, através
da leitura dos dispositivos legais citados, e transcritos que orientaram a
transação, objeto da referida Carta-Contrato, a impossibilidade jurídica de a
Administração Municipal e o Poder Executivo, delegar e ceder, através de norma
obrigacional, a ser preenchida pela contratada, direitos e deveres ínsitos ao
Poder Público, sem o devi procedimento licitatório a órgãos, empresas e
profissional especialmente habilitados para a execução da atividade delegada,
ou concedida. Eu sei que é cansativo estar repisando um parecer que se encontra
em poder de todos os Vereadores, mas cujos termos não cegaram à população. A
população ignora tanto o contrato este firmado em 87 entre o Prefeito e o Grupo
Debiagi, como ignora os termos deste parecer. Mas, a discussão que se procedeu
neste ano e pouco conseguiu, apesar das barreiras naturais que se estabeleceram
na Cidade, porque esta questão é uma das questões-tabus, que mexe com um
patrimônio imenso, ma, por isso mesmo, a Cidade tem que discutir. E não fora,
talvez, aquele gesto heróico dos jovens da AGAPAN no dia de ontem subindo a
torre da Usina do gasômetro, não teríamos a cobertura e o interesse despertado
para esta discussão e votação.
E foi ontem, mesmo, que também
chegou aqui um pronunciamento de 50, não são cinco, 50 técnicos do mais alto
nível da Secretaria do Planejamento, a
pedir, a suplicar a cada um e a todos os Vereadores desta Casa que não aprovem este Projeto, porque ele mercadeja,
ele vende, ele transfere, para lucro de quem, não se sabe. O patrimônio da
Cidade.
Então, se faz colocações
inapropriadas, procurando inverter o rol das discussões, como e os ecologistas
fossem um tipo de espécie ou de sub-espécie humana, que de repente quisessem
deter, que quisessem enfear, macular, comprometer a orla do Guaíba, quando é
justamente contrário.
Acusam-nos de radicais, porque
nós apresentamos um substitutivo. E não é um projeto individual, é um
Substitutivo aprovado por quase a unanimidade da Comissão Especial, com
Vereadores de todos os matizes ideológicos, como o Ver. Rafael Santos, que é um
liberal, como o Ver. Mano José, vereadores da esquerda, sim, vereadores do centro e de todos os
espectros. E este Substitutivo, no que ele difere do Projeto original?
Fundamentalmente nisto. E é ele que iremos votar, em primeiro lugar. Faculta,
sim, eu o Município até transacione uma área do seu patrimônio, mas uma área
que o próprio Plano Diretor autoriza ser transacionada. Seis hectares, não 16,
nas imediações do entorno do Sport Club Internacional. E chegou-se a dizer que
nós, maquiavelicamente, como também se fossemos uns loucos, uns vândalos contra
o esporte das multidões, queríamos entregar o Internacional. Disse-se isso,
quando basta examinar as plantas e verificar-se que, provavelmente, o
Internacional esteja, um pouco, expandindo os seus limites, mas isto é passível
de corrigenda, de adequação. O que é certo é que, naquela UTS 31, existem seis
quilômetros, fora dos arques, fora das áreas verdes, para que o Prefeito faça o
seu negócio imobiliário. Agora, fique esclarecido, Sr. Presidente ...
(Tumulto no Plenário.)
Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, povo de Porto Alegre, é interessante que se queira agora usar o
argumento das plantas da Cidade. Eu também duvido da localização feita nos
anexos. Duvido, sim, e de todas as plantas dessa área, de todas elas eu duvido,
a própria Procuradoria-Geral do Estado também informa – e isto é objeto de um
processo judicial, de um protesto – que a divergência entre as áreas
pertencentes ao Estado, ao município, ao DNOS, à União, é tamanha, e como posse
eu me louvar, por exemplo, naquelas plantas que estão ali no processo que a
Comissão Especial, a requerimento de sua quase totalidade de integrantes
requereu as plantas e em papel vegetal como exige qualquer projeto
arquitetônico e como exigem as normas da ABNT. Não existe a construção de uma
apartamento 3x4 que não exija a planta, em papel vegetal, autenticada,
merecedora de credibilidade. Aqui nós temos plantas xerocadas e não vamos nos
esquecer que esta própria Câmara, logo a seguir da questão com o Plano Diretor,
suscitou uma Comissão de inquérito onde foi presidente o Ver. Nilton Comin e
que ficou claramente estabelecida a balbúrdia com que essas plantas são
manipuladas. Existem plantas para o cidadão comum saber do território
municipal, existem plantas para os donos dos grupos imobiliários. Quais delas
são as autênticas? Quais delas merecem crédito?
Então, sr. Presidente, nós
vamos concluir, por enquanto, certos de que foi um trabalho exaustivo o da
Comissão Especial, por que, ao contrário do que o Prefeito diz, esta Comissão
apresentou uma alternativa que conta com o respaldo do Instituto dos Arquitetos
do Brasil, do Conselho Federal de Economia do Rio Grande do Sul, de 54
entidades da sociedade civil. Claro, das que não fazem reunião-almoço,
“regabofes” muito bem servidos nas associações de classes dos chamados
dirigentes das classes produtoras.
Vou concluir, Sr. Presidente,
agora quanto ao mérito. Eu me indaguei e nos indagamos todos, já que se diz que
isso é um Projeto para civilizar esta província rude,. Atrasada e cabocla como
foi ainda ontem colocada pelo Líder do PDT. Eu me indaguei se nos países
civilizados acontece uma coisa dessas, nos ditos civilizados. Eu perguntei se
em Paris algum empresário amiguinho do Sr. Giscard d'Estaing atreveu-se a colocar um hotel de cinco
estrelas dentro de um parque, ou um shopping center ou uma escola de
merchandaise? Verifiquei que não. Talvez nos países escandinavos, nos belos
parques de Oslo, lá ninguém se lembrou de colocar coisas privadas dentro do
patrimônio público. Buenos Aires, talvez, Montevidéu, aqui perto, não.
Ma me aventurei a pensar quem
sabe na pátria do capitalismo opulento? Nova Iorque, o Central Park? 350
hectares de terra, de parques maravilhosos, nem na cadeia Hilton, nem na cadeia
Sheraton, nenhum dos plutocratas americanos, norte-americanos se atreveu a
fazer isso que o Prefeito dessa província se anima a fazer. A ele, só nos resta
encerrar com a palavra de um grande líder que divergimos sim e fundamentalmente
em muitos aspectos, mas que neste passo está recoberto de razão: “ninguém
entrega, ninguém passa ás mãos privadas, impunemente, o patrimônio público”.
Leonel de Moura Brizola. 8.8.88, na Rede Bandeirantes de Televisão. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O próximo inscrito é o Ver. Marcinho Medeiros. V.
Exa. tem dez minutos.
O SR.
MARCINHO MEDEIROS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, público aqui
presente, senhores da imprensa, ao usar a tribuna, o faço em defesa da Cidade,
em defesa das poucas áreas de lazer que a Cidade de Porto Alegre possui.
não quero contribuir com meu voto à
privação dessas áreas da Cidade , a sua população. Não quero contribuir, com
meu voto, à entrega desse patrimônio da
Cidade para grupos econômicos, muitos talvez nem sede tenham na Cidade, mas que
venham para cá se instalar e explorar os recursos naturais, os parques, as
áreas que estariam à disposição da população de Porto Alegre. Porto Alegre é
hoje , ainda, uma população carente de áreas de recreação pública, a onde a
população sacrificada, menos privilegiada da Cidade não pode sair dela, porque
não tem recursos econômicos
O Projeto Praia Guaíba afasta
a população de seu rio, porque na medida em que entrega para sanha do capitalismo, um shoping center numa área
onde a população poderia se distrair, eu pergunto aos Senhores, onde está o
socialismo moreno, que deve ser entre aspas e ao lado colocado: capitalismo
moreno do PDT. Porque vejam os Senhores...
(Palmas e vaias ao mesmo
tempo.)
O SR.
PRESIDENTE: A Mesa pede vênia ao orador, pede que desconte o seu
tempo. A Mesa informa às pessoas que nos honram com suas presenças, hoje, que a
Mesa é incumbida por força de Lei a não permitir manifestações. É um
constrangimento para quem assim o faz, mas um dever. Peço que os senhores
compreendam o meu dever e o dever dos componentes da Mesa. Os homens são uma
circunstância, as leis são uma permanente. Obrigado aos senhores.
Ver. Marcinho Medeiros, o seu
tempo vai ser descontado.
O SR.
MARCINHO MEDEIROS: Pois vejam bem senhores, uma administração que
durante sua campanha para assumir o comando da Cidade pregou uma doutrina dita
socialista e realiza uma administração muito mais capitalista do que as
anteriores, que teriam até certo ponto razão para defender o interesse
capitalista em detrimento do interesse da coletividade da nossa cidade.
Estranhamos pois e achamos que por trás desta obra faraônica que se quer
implantar numa 5rea em que a cidade cometeu um erro no passado ao aterrar o
rio, numa 5rea em que a cidade não
tinha necessidade, porque tinha espaço necessário para poder planejar a
sua urbanização e não sacrificar o seu rio,que nem e rio, e um lago, porque
está localizado dentro de uma fossa tectônica, a mesma fossa que deu origem aos
morros de Porto Alegre. Pois bem senhores, Porto Alegre, no passado, cometeu um
erro ao aterrar o seu lago, tirar o manancial turístico, de recreação a sua
disposição, para entregar a grupos econômicos entre os quais a Maguefa, que
esta aí a criar problemas atualmente
para nossa administração e que faliu e que ninguém sabe onde estio seus
terrenos, quem paga seus impostos. Ate hoje nada ficou esclarecido. E nós vamos
cometer os mesmos erros novamente para poder entregar alguma coisa a grupos
econômicos, onde querem implantar um shoping center que é o suprasumo das
realizações do capitalismo, onde as pessoas são induzidas a consumir alguma
coisa. E isto é o que se faz numa administração dita socialista, que, de
socialismo, até agora, não realizou nada, a não ser aquelas tarefas normais de
uma administração publica, entre as quais, logicamente, a construção de
escolas.
Estranhamos, Srs. Vereadores,
que haja uma insistência muito grande para que esta Casa aprove um Projeto em
que a atual Administração não terá
tempo para realizar este Projeto mas que compromete, para o futuro, o patrimônio
público de nossa Cidade, entregando este patrimônio publico para a sanha da
acho privada do sistema capitalista.
Ficamos, neste momento, votando com uma liderança com a qual nos não
identificamos, que é a do ex-Governador Leonel de Moura Brizola. Ficamos, neste
momento, comprometidos com esta liderança e não entregaremos o nosso patrimônio
público para a ação de meia-dúzia, que, às vezes, nem mora em Porto Alegre, mas
que querem enriquecer às custas da cidade de Porto Alegre. Não vamos permitir
com o nosso voto que os nossos eleitores do futuro venham nos cobrar: porque
entregaste um espaço que era meu para os outros que não moram na cidade.
Portanto, como o Projeto deixa
muito a desejar, as análises técnicas já foram realizadas, nos ficamos com uma
interpretação política da realização do Projeto. Não podemos abrir mão das áreas de lazer da cidade. Porto Alegre é
uma Cidade carente de áreas de lazer e, conseqüentemente, terá que lutar para
ampliar os seus espaços. Existe, ainda, grandes espaços vazios na Cidade, até
áreas para se construir shopping centers, mas que pertencem a particulares. Por
que o patrimônio Público deve ser entregue sem necessidade? Nós, como Vereador,
na humildade da suplência que hoje ocupamos, ficamos ao lado daqueles que,
modéstia à parte, contribuíram para que nos, hoje, pudéssemos assumir esta
tribuna. Não entregaremos uma área de domínio público para a ação privada: Não
entregaremos uma área que precisa ser urbanizada e limpa, retirando até as
figuras de papeleiros, pois, quer queiramos ou não, somos um País
subdesenvolvido, onde o domínio do capital e da iniciativa privada desalojou
grande parte da população brasileira e colocou 70%. no mínimo, de sua população
numa posição de não consumidores: Um País que, em 1985 possuía 136 milhões,
sendo 36 milhões considerados não consumidores, e quando falamos em não
consumidores, nos referimos aquele que não tem condições de comprar uma
passagem para ir até o Atlântico e tomar um banhozinho de mar no fim-de-semana:
Pois grande parte desta população precisa do seu rio, e não é colocando em cima
dele um Shopping Center, uma marina ou um hotel de 5 estrelas é que nós vamos
devolver o rio à sua população: despoluir o rio é Projeto Rio Guaíba. Poluído
ou não ele serve à população de Porto Alegre e nos não podemos privar a Cidade
do seu rio e entregá-lo para que meia dúzia - muitos dos quais não moram na
Cidade - possam vir aqui explorar os moradores de Porto Alegre. E, ao lado dos
moradores da Cidade, ao lado da população de Porto Alegre, eu vou dizer não ao
Projeto Praia do Guaíba. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com a
palavra o Ver. Werner Becker.
O SR. WERNER
BECKER: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, senhores.
funcionários da Casa, pessoas presentes, radiouvintes que ouvem a transmissão
destes trabalhos - acentuo esta circunstância de que os trabalhos estão sendo
transmitidos, para que não se diga que estamos discutindo, aqui, a portas
fechadas. Quem quiser ouvir, pode ouvir, quem quiser entender, pode entender e
quem quiser saber, pode perguntar, Ver. Flávio Coulon. Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, parece haver, ao menos, um ponto de concordância, em relação a este
Projeto, comum, total. A área objeto deste Projeto deve ser urbanizada. Assim
como esta não pode ficar. Me parece que, sobre isto, não ouvi nenhuma
discordância. O que e que existe, lá, atualmente? Ocupações irregulares, de
gente lá instalada, sem um mínimo dos requisitos da condição humana. Na Vila
Cai-Cai e no Dilúvio. Sem um mínimo de infra-estrutura. O que mais existe lá?
Um comércio agora incipiente, anomalamente instalado, mas que tem que se
implantar, se instalar lá. Comércio, e não pequeno comércio. Já é um comércio
que pega as características médias. O que mais? Área pública de estacionamento,
que vem sendo ocupada privadamente. Que mal? Área de lazer extremamente mal
equipada, por falta de recursos. O Arroio Dilúvio, com seu cortejo de
imundície, lixo e sujeira. E o resto, o resto e deposito de lixo e, queiram ou
não, é lixo, é mato. E mato. Só aqui em Porto Alegre se confunde lixo, sujeira
com ecologia; ecologia e uma coisa séria, e não tem nada a ver com histerismo,
não tem nada a ver com preconceito, não tem nada a ver com superficialidade, e
pretendeu-se abortar o projeto com a apresentação de um substitutivo. Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, pediria uma atenção especifica com relação ao
substitutivo apresentador: o Substitutivo apresentado é uma peça de
negligência, e uma peça de ignorância, e uma peça de temeridade, e uma peça de irresponsabilidade. Se querem eu
repito, o Substitutivo apresentado é uma peça de ignorância, de
irresponsabilidade, de aventura aqui dentro desta Casa, porque hoje não tem
chute, hoje, ninguém vai chutar de fora da área. Primeiro,se condenava o
Projeto, porque mexia no Plano Diretor, e o substitutivo mexe no Plano Diretor,
ou não mexe? E bom frisar que o apresentador do substitutivo ocupou a tribuna
durante 20 minutos, e não disse uma palavra sobre o Substitutivo, porque não
conhece o Projeto, nem o Substitutivo. Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o
Projeto afeta áreas que já estão afetadas, e num parecer, e numa redação que me
surpreende, porque assinada por um bacharel, procurador, e que tanto fala na
Procuradoria, põe um artigo em que diz: “essas áreas não poderão ser
desafetadas e nem alienadas”. Será que ele não sabe? Evidente que não. Evidente
que não precisa colocar na Lei, evidente que só pode desafetar por lei.
Evidente que só pode alienar por lei, ou será que não sabem. Antes eu pensei que
era não sei, estou-me convencendo que é ignorância. As áreas que o Substitutivo
pretende dispor não têm nada que ver com o Projeto Praia do Guaíba e muitas
delas nada com o Rio Guaíba e nem Praia do Guaíba. Foram sorteadas a dedo no
Mapa Diretor. A UTS 5 o que é que tem que ver com a Praia do Guaíba? Nada.
Chega de embuste. Ecologia, ecologia, quanta bobagem se diz em teu nome.
Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, para nós, hoje, a irresponsabilidade, ela prevê para a área
territorial funcional 31, desde que caracterizada a sua área como bem
patrimonial ou seja desafetada, ela poderá ser alienada no todo ou em parte e a
UTF 31 é o Beira Rio ou não é, Ver. Caio Lustosa. Se propõe aqui,
irresponsavelmente para se trazer qualquer documentação aqui porque não se
queria chegar de mãos vazias que seja vendido em todo ou em parte o Estádio
Beira Rio. Sou gremista de décadas, mas a tanto não foi o meu anti-cobrado.
Ninguém responde, ninguém diz nada. Sr. Presidente, Srs. Vereadores, mas se
especula tanto com multinacionais, se especula com tantas paranóias, deixa eu
especular um pouco. Será que este Substitutivo depois da nossa venda dos
melhores jogadores para o Exterior, não esta ligado a algum empresário que quer
destruir o Internacional? Porque o campo querem levar pelo Substitutivo mas
esta Casa não vai ir pelo chute, não. Não vai aprovar esta bobagem. E até agora
não se respondeu nada sobre isto. No todo ou em parte da UTF 31. E não se venha
sofismar dizendo que os mapas não merecem fé e que são alterados. E por que o
Projeto se refere ao mapa, então? E por que o Projeto se refere à UTS31, que
está perfeitamente limitado? E desde que delimitado, nunca foi alterada. É
porque, não se tendo nada que dizer, tem que se dizer alguma coisa - e me
lembro de uma personagem de Bernard Shaw, que sabe que pensa pelos ouvidos
porque primeiro fala, e depois ouve o que disse, para começar a pensar. Penso
que a opinião pública - desculpem a minha indignação -, de Porto Alegre, não
merecia tanta mistificação, tanta superficialidade, tanta irresponsabilidade.
O Sr. Flávio
Coulon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Sr. Vereador, em primeiro lugar, devo pedir desculpas, porque, quando
V. Exa. me citou no seu discurso, estava conversando com o .Dr. Geraldo Gama,
que o cumprimento, porque o considero um oásis dentro da Administração Alceu
Collares. Presto, aqui, a minha homenagem. Em segundo lugar...
O SR. WERNER
BECKER: V. Exa. já
disse que a Secretaria de Educação é um
oásis, não sei o que, oásis. Que deserto rico e florido este, que está cheio de
oásis. Parece que não tem areia.
O SR.
PRESIDENTE: O Ver.
Lauro Hagemann cede o seu tempo a V. Exa. , Ver. Werner Becker.
O Sr. Flávio
Coulon: Em segundo lugar, Vereador, ainda não tinha tido
oportunidade de cumprimenta-lo publicamente, por ter aderido ao PDT.
O SR. WERNER
BECKER: Muito
obrigado. V. Exa. , em segundo turno, vai aderir.
O Sr. Flávio
Coulon: Espero que Deus me poupe esta desgraça.
O SR. WERNER
BECKER: Não, não
vai poupar.
O Sr. Flávio
Coulon: Em terceiro lugar, quero lhe lembrar que o
comércio que existe na Vila Cai-Cai surgiu, exatamente, na Administração
Collares. Em quarto lugar, devo lhe lembrar que essa vila, às margens do Arroio
Ipiranga, é conhecida como Vila Alceu. Em quinto lugar, quero lhe dizer que,
quando V.Exa. que é o maior estudiosos, que mais conhece este Projeto ....
(Aparte anti-regimental.)
O SR. WERNER
BECKER: V. Exa. é
que o diz.
O Sr. Flávio
Coulon: V. Exa. se jactou aqui, num brilhante aparte, há
pouco, que é o que mais entende. E quero lembrar, já que V. Exa. é o que mais
entende, que a UTR 31 não é só o Beira-Rio. Vereador – só para repor a verdade.
Ela vai mais além do Beira-Rio, vai até a Vila Cai-Cai. Talvez no seu mapa não
tenha visto isto. Em sexto lugar, quero lhe fazer uma pergunta, já que V. Exa.
se dispõe a esclarecer.
O SR. WERNER
BECKER: Só uma
correção: não entendi, na área, UTR 31.
O Sr. Flávio
Coulon: É que a sua planta não tem.
O SR. WERNER
BECKER: Há uma
correção, eu não encontrei na área UTR 31, encontrei foi a UTF 31. V. Exa. está
confundindo UTR com UTF, é totalmente diferente.
O Sr. Flávio
Coulon: V. Exa. falou em UTR e eu estou usando a sua
linguagem.
O SR. WERNER
BECKER: Não é a minha linguagem, é a linguagem o Plano
Diretor. Falei em UTF.
O Sr. Flávio Coulon: Então, a
UTF 31, que V. Exa. se referiu aí, não é só o Estádio Beira-Rio, ela vai mais
além. Eu queria perguntar, já que V.Exa. ofereceu-se a esclarecer as emendas,
por que a sua Emenda, que propõe a eliminação das áreas PPG 1 e 3 e PPG 1-4 não
englobou a PPG 1-2, que é uma parte do shopping, a parte antes do Arroio
Dilúvio, e por que não incluiu a PPG 1-1, que é o hotel? Já que, segundo vi, a
sua Emenda visava exatamente retirar o shopping center daqui, porque não é necessário
e vai ser construído um outro ali, não precisa e a concorrência vai ser grande
e o hotel, segundo foi dito aqui que também seria retirado da emenda e que aqui
na minha planta, é assinada e faz parte do Projeto, o hotel aqui é PPG-1.
então, saiu o hotel da sua Emenda? Saiu o shopping da sua Emenda? Ou não saiu?
Se saiu, por que na sua linguagem cifrada aqui não foi incluído o PPG 1-2
referente à continuação do shopping e o PPG 11 referente ao hotel?
O SR. WERNER
BECKER: Eu pediria
a V. Exa. que depois me cedesse tempo, porque meu tempo é exíguo.
O Sr. Flávio
Coulon: V. Exa tem doze Vereadores ou treze que podem
ceder-lhe tempo.
O SR. WERNER
BECKER: Os doze
têm o que falar e dizer.
O Sr. Flávio
Coulon: Os doze abrem mão par ao seu brilhantismo.
O SR. WERNER
BECKER: Estão
rindo, mas na Bancada do PMDB ninguém abre mão do brilhantismo do ver. Flávio
Coulon, porque ele foi expulso da Liderança do PMDB por unanimidade.
O Sr. Flávio
Coulon: E teria
meu voto para ser expulso.
O SR. WERNER
BECKER: V. Exa. Faz
autocrítica de vez em quando.
O Sr. Cleom
Guatimozim: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Em primeiro lugar, eu queria felicitar V. Exa. por que está examinando
o Projeto e não está dando aula de OSPB, dizendo o que é capitalismo e o que
não é capitalismo.
O SR. WERNER
BECKER: Eu vou
responder ao Ver. Flávio Coulon depois que sua assessoria terminar o diálogo,
porque senão depois ele afirma que não ouviu. Vereador, a UTF 31 inclui o
Estádio Beira-Rio na sua grande totalidade, concorda? E o Substitutivo fala em
todo, na parte ou em todo. Então, autoriza em todo inclui o Beira-Rio.
Matemática elementar, concorda?
O Sr. Flávio
Coulon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Se não é um raciocínio normal, eu até aceito, porque eu não posso
imaginar que alguém imagine que possamos vender o Beira-Rio ou que
desapropriemos o Beira-Rio. Só uma mente muito inteligente para imaginar isso.
O SR. WERNER
BECKER: Está
escrito aqui, ou será que V. Exa. não sabe ler? É pra mostrar a
irresponsabilidade com que foi feito.
O Sr. Flávio Coulon: Não, está
interpretado assim por V. Exa.
O SR. WERNER
BECKER: Está
escrito. Quer ver de novo ou será que não sei ler?
O Sr. Clóvis
Brum: Vereador, eu gostaria, até apelaria a V. Exa.,
pois sei que é um estudioso do assunto, que esclarecesse as emendas que
suprimem op PPG 1.3 e o PPG 1.4, em relação à Mensagem Retificativa, porque eu
também, com a colocação do Ver. Flávio Coulon, fiquei na dúvida, porque sabemos
que existe o mapa o Projeto anterior e o mapa constante da Mensagem
Retificativa. Gostaria que V. Exa. localizasse, para o Plenário, em relação à
Mensagem Retificativa, as áreas constantes do PPG 1.3 e do PPG 1.4, para que
possa ser definida a questão o shopping center e do hotel. Sou grato a V. Exa.
O SR. WERNER
BECKER: Se a Mesa
permite, vou sair da tribuna.
O SR.
IGNÁCIO NEIS (Questão de Orem): Eu pergunto se não poderia o
Ver. Flávio Coulon subir à tribuna ao invés do Ver. Werner Becker descer.
O SR. WERNER
BECKER: Eu louvo,
fundamentalmente, o Ver. Flávio Coulon, porque ao menos está querendo aprender,
tem outros que nem isso querem.
(Apartes anti-regimentais nas
galerias.)
O SR.
PRESIDENTE: Mais uma vez interfiro. A Mesa, ontem, teve extremo
cuidado e repetiu que teria que se ter cuidado com as pessoas. Não foi só a
Mesa, foram todos os Senhores Vereadores, porém, a Mesa já chamou duas vezes
para que colaborassem com a Mesa,. Agora o faz pela terceira vez, certo de que
a consciência democrática deve dominar os trabalhos. Só é possível respeitar as
pessoas se elas próprias se derem o respeito.
Com a palavra, o Ver. Werner
Becker e que se desconte o tempo em que a Mesa o interrompeu.
O SR. WERNER
BECKER: Ver.
Flávio Coulon, a primeira objeção fundamental é de que ele privatiza uma grande
área. Ao invés de negar o Projeto, pura e simplesmente, por definição, eu achei
melhor propor algumas alternativas desde o começo, assim como várias outras
pessoas e várias entidades. Então, na |Mensagem Retificativa já o Sr. Prefeito
reduzia a área a ser construída a 22%, mas achei ainda grande e que se poderia
dentro do Projeto se procurar áreas para reduzir mais a privatização, entendi,
então ....
O SR.
PRESIDENTE: O Ver. Jaques Machado se inscreve e cede seu tempo
a V. Exa.
O SR. WERNER
BECKER: Entendi,
então, que a PP 1.3 e a PP 1.4 seriam
as mais dispensadas. E com a sua redução se conseguiria uma redução de mais de
18%, dando um total de 37%. Então, V. Exa. que disse que impugnava a princípio
as emendas, porque imaginava que elas fosse contrárias ao interesse público,
quero esclarecer que elas objetivam reduzir a área privatizada. A opção PPC 1.3
e l.4, é~ porque dentro da estrutura do projeto me pareceu o local mais
razoável. Discuti a proposta com o Sr. Prefeito, mandou estudar e aquiesceu.
Quanto à área do shopping, V. Exa, sabe, pelos anexos, que não está, como no
Projeto anterior, referido expressamente que seja um shopping center, podemos
construir ali um edifício residencial, podemos dar uma outra destinação. Mas,
V.Exa. há de convir que com estas dimensões ficam num local absolutamente
inconveniente e impróprio a construção de um scopping center. Não seria
razoável fazer um artigo na lei: fica proibida a construção de um shopping
center? Mesmo porque devemos discutir a conceito de shopping center, que não
tem na normatividade do Direito brasileiro.
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador) Em resumo, não sai o shopping
center, porque através de uma emenda de V. Exa. a área a ser construída ficou
reduzida a um pouco mais da metade. Este tremendo bloco de concreto que ia ser
feito para um shopping center, 60% permanece, inviabilizando o shopping, mas
permanece uma construção potente no PPG 1.2.
O SR. WERNER
BECKER: Nesta área, com taxa de ocupação de 40%, V.Exa. não
faz uma ocupação.
O Sr. Flávio
Coulon: Mas permanece uma área construída aqui?
O SR. WERNER
BECKER: Sim.
Quanto ao hotel, a grande urgência não como nem porque, é que seria construído
um hotel de 5 estrelas, internacional, naquele local. Primeiro, eu não vejo
grandes problemas, porque eu vi hotéis maiores que esse, num Pais socialista,
em Havana.
O Sr.Flávio
Coulon: Isso no tempo em que V.Exa. era socialista, que ia
a Cuba.
O SR. WERNER
BECKER: Vereador, respeite, porque eu sei quando batiam,
quando prendiam, respeite porque eu estava na Justiça Militar, enquanto V. Exa.
estava puxando o saco da Reitoria. V. Exa. estava bajulando o autoritarismo,
respeite o passado que não é só meu, mas que me orgulha muito. Porque se amanhã
voltar o autoritarismo, eu estarei na DOPS, na Justiça Militar, e V. Exa.
estará bajulando o primeiro Reitor Militar que aparecer. O passado de V. Exa,
na livre docência, é conhecido . Aliado em todos os sistemas, até do
socialismo, se vier.
O Sr. Flávio
Coulon: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Eu não sei o que V. Exa. quer dizer com seu palavreado, mas o que eu
quero dizer é que V. Exa. defendeu muito bem, durante o tempo da ditadura, uma
série de clientes e cobrou. V. Exa. cobrou os seus honorários.
O SR. WERNER
BECKER: V. Exa.
queria que eu vivesse de que? Preferi cobrar de alguns, mas muito poucos, do
que bajular. Preferi viver do meu dinheiro do que da minha saliva, como fez V.
Exa.
O Sr. Flávio
Coulon: Eu gostaria que V. Exa. apresentasse fatos e não
meras palavras jogadas ao vento.
O SR. WERNER
BECKER: Isso é
público, notório, que todo mundo conhece. Onde estava V. Exa. naquele tempo em
que prendiam estudantes? Agora é que está fácil, cadeinha de meia hora, á
televisão.
Mas, voltemos ao hotel, eu
continuo socialista e não outorgo a V. Exa. nenhuma procuração para dizer o que
é socialismo. Que hotel 5 estrelas vai ser construído? V. Exa. sabe a taxa de
ocupação daquela área.
O Sr. Flávio
Coulon: O que ouvi aqui é que o shopping center não seria
mais construído, através de sua Emenda, e o hotel de 5 estrelas também não.
O SR. WERNER
BECKER: V. Exa.
sabe a taxa de ocupação daquela área? Está aqui, se tivesse estudado o Projeto
saberia. Esta em 40%.
O Sr..
Flávio Coulon: Número não significa nada. Significa que V. Exa.
tem boa memória.
O SR. WERNER
BECKER: Quarenta por cento proporcional não significa
nada? Mas só nos três pavimentos, nos pavimentos posteriores, sabe qual a taxa
de ocupação?Doze por cento. Será que vamos fazer um mini hotel de 5 estrelas na
praia do Guaíba, transformando isto aqui no Taiti. Será que nossos atrativos
naturais são tão grandes?
O Sr. Flávio
Coulon: Então não é mais comerciável o empreendimento e
mudamos a destinação?
O SR. WERNER
BECKER: Ele nunca foi comerciável, foi financeiro. Saio
duas coisas diferentes. Os recursos seriam obtidos da alienação. Ver. Flávio
Coulon, não subestime a inteligência dessas pessoas, só por que estão sem
gravata, só por que uns são pobres e outros negros. Não são bobos. Vêem que V.
Exa. esta sofismando e não diz nada de conteúdo. Não se mudou. Sempre se disse
que o investimento seria exeqüível, através da obtenção de recursos de algumas
áreas. Quatorze por cento do total. Não tem nada que com comercial. Não misture
sorvete de creme com soviético do Kremlim. Não faça confusão. V. Exa. com tanta
preocupação privativista. Vou ler um trecho da exposição do Substitutivo que V.
Exa. escreveu, uma beleza de matéria de socialismo. Ela diz no trecho o
seguinte: “Entregues à Administração Pública, pelo que conhecemos da
Administração pública estatal, não terão condições de prosperar”. Uma beleza de
aula de privatização, ao modo do Dr. Simonsem e do Dr. Delfin.
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Ver. Werner Becker, o tempo
de V. Exa. se esgotou. Antes do Ver. Paulo Satte, que está inscrito, estão,
também, inscritos o Ver. Elói Guimarães, Rafael Santos, Clóvis Brum, Nereu
D’Ávila, que, se consentirem, V. Exa. continuará na tribuna no tempo do Ver.
Paulo Satte. (Pausa.) Não havendo objeção, V. Exa. continua na tribuna por mais
dez minutos.
O SR. WERNER
BECKER: Quero
falar um pouco sobre o Fundo Básico de Saneamento que, até agora, mingúem
falou. Talvez eu entenda porquê. Porque esta questão de Vilas populares, esta
questão de atendimento das condições básicas talvez não seja questão nenhuma
fundamental, nem de preocupação imediata para setores, entre aspas, ecológicos.
Alguns sobrenomes conhecidos da direção do Movimento Ecológico certamente não
têm compromisso maior com o problema das vilas populares. Por isso, é muito
mais importante uma pseudopreocupação estética, que lhes leva, inclusive, ao
histerismo de ameaçar quebrar os vidros da Câmara, do que se preocupar,
fundamentalmente, com as vilas populares da Cidade. As vilas têm necessidades prementes
e inadiáveis.
O Sr. Nereu
D’Ávila: V.Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) V.Exa. esta tocando no ponto mais
importante, em relação ao Projeto...
O SR.WERNER
BECKER: Para V.
Exa., não para alguns outros.
O Sr. Nereu D’Ávila: E de pasmar
a cegueira do fanatismo de algumas pessoas que agora não mais raciocinam, estão
obcecadas em derrotar o Projeto, o que e mais uma posição ideológica do que
racional em relação aos interesses de Porto Alegre. Mas, exatamente, este é o
ponto mais importante de que quando se diz que o Projeto é elitista se quer,
inclusive, obscurecer este ponto importantíssimo, nodal, central, de que 25%
serão aplicados em saneamento básico das vilas. Quando se discutiu aqui aqueles
500 milhões para as vilas, e que alguns Vereadores - ai sim, racionalmente,
ponderadamente - só queriam saber onde seriam aplicados - o que é um direito
dos Vereadores - agora esses 25% serão aplicados, exatamente, naquilo em que há
mais carência em Porto Alegre. Hoje, pela manhã, foi citado num programa
importante no rádio que Porto Alegre, lamentavelmente, é a Capital que detém o
maior número de vilas populares no Brasil. E quando um projeto quer retirar –
já que não há outra alternativa – do que será arrecadado neste Projeto, 25%
para aplicar nas vilas populares, este ponto foi obscurecido. Portanto, quando
V. Exa. vai dissertar justamente neste ponto, eu lhe dou o apoio necessário
para dizer que, talez, estejamos diante daquilo que é a parte social do Projeto
e que não poderia ficar abandonada, e que, para demonstrar que o Projeto está
englobado em cima daquilo quer todos os proto-alegrense querem e que estes
setores não podem, não ser que venham a lume, dizer que não querem que se
aplique no saneamento das vilas de Porto Alegre.
O SR. WERNER
BECKER: V. Exa.
foi extremamente feliz,ao enfatizar esta questão fulcral do Projeto, e que e
negada, não sei se por má fé ou ignorância. Mas quero relembrar aos senhores
aqui presentes que as mesmas pessoas que estão ausentes destas preocupações
comas vilas eu só vi preocupadas com o regime urbanístico da Chácara das Pedras
e das Três Figueiras. Foi lá que foram fazer comícios socialistas. Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, e da alienação de 14% desta área de 98 hectares
que se retirarão recursos para os atendimentos imediatos desta população -
esgoto, água, etc. E eu pergunto, tirar de onde isto? Gravando a população com
mais impostos? A população que não suporta mais a política fiscal, ou então
contraindo empréstimos a juros escabrosos, na base da operação 63? De onde, me
digam cáusticos do Projeto, de onde tirar recursos para o atendimento das vilas
populares? E mais ainda: evidentemente que isto não e em causa própria, pessoal
e política,do Prefeito Alceu Collares porque, ate o fim do ano, ele esta abandonando
o Governo Municipal. E o Projeto esta aí e nenhuma licitação será certamente
efetivada antes dele. Talvez isto aconteça de Porto Alegre não tiver a
felicidade de prosseguir na administração pedessista - e eu faço um repto: Alô,
alô, Sr. Antônio Brito, alô, alô, Sr. Olívio Dutra, comprometam - se a
extinguir o fundo de saneamento: É muito fácil fazer como o quero-quero: pousar
num ninho e cantar no outro. Eu não vi nenhuma objeção deles.
O Sr. Nilton
Comin: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Nobre Vereador, V.Exa., nesta manhã, esta demonstrando à Casa os
conhecimentos sobre uma série de matérias, não necessita do expediente em
reptar Antonio Brito, pois a inteligência de V. Exa. esta acima de um jogo
rasteiro, evidente que o saneamento básico é fundamental à cidade de Porto
Alegre. E vou dar alguns dados a V. Exa., pois vou falar em saneamento básico.
O SR. WERNER
BECKER: V. Exa. pode falar em saneamento básico em outro
momento.
O Sr. Nilton
Comin: Então, o repto de V.Exa. é jogo rasteiro. Antônio
Brito, se eleito Prefeito desta Cidade, ou qualquer outro cidadão, vai usar os
recursos para o saneamento básico que a Cidade dispuser.
O SR. WERNER
BECKER: Da onde?
O Sr. Nilton
Comin: Se até agora o Prefeito Collares não obteve
recursos para aplicá-lo, pergunto o que ele fez em saneamento básico?
O SR. WERNER
BECKER: Ele esta projetando um fundo para obter esses
recursos.
O Sr. Nilton
Comin: No momento em que o montante deste fundo for
apreciável, qualquer Prefeito de Porto Alegre vai aplicar em água, esgoto
cloacal, pluvial e lixo.
O SR. WERNER
BECKER: Então, viva o fundo do Projeto e viva o Projeto.
V. Exa. fez uma brilhante defesa do Projeto.
O Sr. Nilton
Comin: Não foi isso que eu disse. V. Exa. não precisa usar
o máximo da sua inteligência para distorcer o que eu disse; disse que não
precisa reptar Antônio Brito.
O SR. WERNER
BECKER: Eu pergunto se V.Exa. e a favor do Fundo?
O Sr. Nilton
Comin: A favor do Fundo, e contra o Projeto.
O SR. WERNER
BECKER: Como e que V. Exa. pretende arrumar fundos para o
Fundo?
O Sr. Nilton
Comin: Ora, fundos para o Fundo é uma redundância.
O SR. WERNER
BECKER: Pois bem, como e que V. Exa. pretende arranjar
grana para o Fundo?
O Sr. Nílton
Comin: Se Porto Alegre, até hoje, teve poucos recursos
para aplicar, sabe V. Exa. que e o DMAE que controla o esgoto cloacal desta
Cidade, e como? Vendendo a água, e com os recursos da água que ele aplica em
esgoto cloacal, e Porto Alegre tem cobertura de 43% em esgoto cloacal, e entre
as cidades brasileiras, e a que possui o melhor Índice em esgoto. Não precisa
reptar Antônio Brito.
O SR. WERNER
BECKER: Eu retiro Antônio Brito, porque V.Exa. não tem
muito tempo para o comício. Sei que V. Exa. é fiel ao Antônio Brito, eu tenho
certeza que vai fazer a campanha dele. Todo mundo sabe. Vamos passar ao
Projeto.
O
SR.PRESIDENTE: Ver.
Werner Becker, esta inscrito, também, para ceder tempo a V.Exa., o Ver. Valdir
Fraga, se concordarem os Vereadores Elói Guimarães, Rafael Santos, Nereu
D’Ávila, Clóvis Brum, que são Vereadores que estão inscritos anteriormente. Não
havendo objeção, V. Exa. continua.
O Sr. Cleom
Guatimozim: Vereador, apenas para dizer que qualquer projeto
aprovado por esta Casa, mesmo que a filosofia do Prefeito eleito seja
contraria, ele tem que ter apoio legislativo para mudar a lei, não é como estão
dizendo aqui da tribuna.
O Sr. Flávio
Coulon: Para ajudar o Ver. Nilton Comin, quando V. Exa.
solicita onde é que nós vamos buscar recursos para o saneamento, eu vou dizer
que uma coisa nos vamos fazer. Nós vamos seguir, sem dúvida nenhuma, a máxima
de um momento inspirativo, brilhante, do ex-Governador Leonel Brizola: “ninguém
passa às mãos privadas, impunemente, patrimônio público”. Ou seja, nos não
vamos vender patrimônio público para fazer saneamento em Porto Alegre, seguindo
a lição de Leonel Brizola.
O SR. WERNER
BECKER: Não
assino embaixo, porque o PMDB não paga a conta.
O Sr. Flávio
Coulon: Não assina
em baixo do grande Líder? Não acredito.
O SR. WERNER
BECKER: Não
assino a promessa de não vender patrimônio privado. Não assino porque o PMDB
assina e não paga a conta. O PMDB tem uma conta com a Nação brasileira, com o
Estado que esta cheio de promissórias e medidas e não paga. Que ninguém mais
acredita em promessa do PMDB e nem nesta. Não assine. V. Exa. é um homem
honrado vai ter que pagar este aval.
O Sr. F1ávio
Coulon: Vereador, mas quem é V. Exa. para me refutar que
eu não posso assinar quando a própria Bancada de V. Exa. não honra o
compromisso do grande líder Leonel Brizola que vai aprovar este Projeto
alienando área pública? Em relação ao PMDB, é um exercício de futurologia, mas
em relação ao PDT é o presente: estão traindo a palavra do Governador Leonel
Brizola.
O SR.WERNER
BECKER: V. Exa. não conhece o Projeto Praiado Guaíba, quer
discutir a sucessão presidencial.
O Sr. Flávio
Coulon: Conheço, Vereador, tanto que peguei na sua Emenda
duas inverdades, que tinha tirado o shopping e que tinha tirado o hotel, quando
todo mundo ficou sabendo que não e bem assim.
O SR.WERNER
BECKER: Onde não tinha sido retirado? Faço um desafio a V.
Exa.
O Sr. Flávio
Coulon: Foi
inviabilizado segundo V. Exa., um shopping, porque, ao invés de construir 100%,
V. Exa. reduziu para 60% e V. Exa. disse aí que 40 mil m2 no Hotel
não viabiliza o hotel e eu garanto que 40 mil m2 onde V. Exa.
deixou aqui no PPG1 viabiliza o hotel. Se V. Exa. quiser me dar de presente eu
até sou capaz de pensar em bancar este empreendimento.
O SR. WERNER
BECKER: Então V.
Exa. quer bancar o empreendimento? Bom, o povo de Porto Alegre não tem, mas V.
Exa.vai bancar o empreendimento. Em outro tempo V. Exa. criticava as outras
atividades, talvez tivesse mais proveito para V. Exa., para a Cidade.
O Sr. Flávio
Coulon: 40 mil m2 não
viabiliza um hotel?
O SR. WERNER
BECKER: Com esta
taxa de ocupação não. V. Exa. sabe a taxa de ocupação ou já esqueceu? Não
tumultue, tumultue lá na chaminé, ponha a faixa, tire fotografias, mas não
tumultue meu discurso.
Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, primeiro chamo a atenção que foram procurar uma citação do
Governador Leonel Brizola e não de nenhum líder do PMDB e nem do PSDB, não é
porque este merece mais credito, mas essa citação é outro chute! Esta citação
foi distorcida, foi colocada num outro trecho, ele se referiu especificamente
as estatais e se omitiu aqui maldosamente, como se confundiu maldosamente.
Tragam aqui a citação, tragam o trecho onde ela se contém e vejam perfeitamente
que não tem nada a ver uma coisa com a outra, nem tem nada que ver a anágua com
a calça, não tem nada que ver a alienação de uma parte ínfima do patrimônio
imobiliário para financiar vilas populares com a alienação de patrimônio das
estatais. Sejam honestos: já que os seus repertórios não encontram citações, já
que não encontram lições acreditáveis, não venham distorcer a dos outros
repertórios. Está se chutando muito aqui. Está se falando em discursos
genéricos ou se fixando aqui e ali como se eu tivesse aqui para ser submetido a
um teste, Projeto Praia do Guaíba. Mas, para surpresa de V. Exa. , estou
disposto, pode perguntar, e não digam que inviabilizar não quer dizer retirar.
Ver. Aranha Filho, é possível construir o inviável?
O Sr. Aranha
Filho: Pode.
O SR. WERNER
BECKER: A pergunta
ao engenheiro, ao filósofo: é possível construir o inviável? “É”.O MDB fez
isto, construindo, durante todo este tempo, esperanças que estão se mostrando
absolutamente inviáveis. É fato único, original na História, mas que não se
repete, com freqüência. Gostaria de ouvir, antes de voltar à tribuna, a
opinião, aqui da tribuna, que veementes opositores ao Projeto, que se hoje se
mostram tão silentes, tão calmos, e gostaria de ouvir, por exemplo, a defesa do
Substitutivo. Gostaria de ouvir, por exemplo, desmentido que a média das áreas
a serem edificadas, que a média da volumetria não e menor que a normal da
cidade. Gostaria de ver desmentido que a taxa de ocupação 40% é menor do que
várias e várias áreas da cidade. Gostaria de ver desmentida a afirmativa que se
faz de que antes de trabalhar esta orla do Guaíba, este litoral é hoje, sim,
pelas suas pirambelas, uma ameaça. Gostaria de ver informado de onde se
pretende tirar recursos. Gostaria que alguém me apresentasse a exeqüibilidade
da construção de um hotel 5 estrelas nesta área. Gostaria que alguém me
mostrasse a exeqüibilidade da construção de um shopping center nesta área.
O Sr. Flávio
Coulon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Com a área que V. Exa. deixou, onde se pretendia fazer um shopping
center, informo a V. Exa.que dá para fazer não um shopping center, mas dá para
fazer um centro comercial idêntico ao da Azenha. Só para esclarecimento.
O SR. WERNER
BECKER: Ajudo V.Exa. Não igual ao da Azenha, mas 1,5 maior
do que o da Azenha . Vê que não estou omitindo nenhum dado. Mas é absolutamente
inexeqüível comercialmente . Veja V.Exa., o shopping center vive do comércio,
do mercado, e mercadológico. V.Exa. sabe disso.
O Sr. Flávio
Coulon: Vamos deixar de fazer jogo de palavras, Vereador.
Esse shopping center aí é inviável porque vai ser construído outro shopping
center no terreno da Maguefa. E o que V. Exa. está segurando para a iniciativa
privada é 60% do antigo shopping center em área construída , ou com edifícios
de apartamentos, ou com o que bem entender a iniciativa privada . É isso que V.
Exa. está fazendo.
O SR. WERNER
BECKER: Não estou
assegurando à iniciativa privada.
O Sr. Flávio Coulon V. Exa.
está assegurando que seja construído onde ia ser construído um shopping venter
, 60% da área construída de um shopping center que agora se tornou inviável. Só
isso. E tem que ficar claro isso, Vereador.
O SR. WERNER
BECKER: Essa é
braba. Primeiro o Projeto era condenado porque viabilizava o shopping center ;
agora esta se dizendo que as Emendas são condenadas porque inviabiliza o
shopping center. Vamos ter seriedade, não é?
O Sr.
Marcinho Medeiros: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Em princípio, da forma como está, sou totalmente contrário ao Projeto
Praia do Guaíba. A proposta apresentada por V. Exa. reduz as áreas, mas não as extingue,
que fique bem claro. Acho que Porto Alegre teria outras formas de ocupação de
um espaço que construiu em cima de um rio para poder transformá-las em área de
lazer , em vez de entregá-las à iniciativa privada. Acho que o Sr. Alceu
Collares deveria tirar a Vila Alceu de cima do parque. Acho que a Brigada
Militar, em vez de ser usada para espancar ecologistas e manifestantes da
Cidade, deveria ser usada para proteger a população da Cidade nas suas áreas de
criação de lazer.
O SR. WERNER
BECKER: Proponha
ao Governador Pedro Simon, isso.
O Sr.
Marcinho Medeiros: Justamente. Se a Brigada foi lá, provavelmente
porque o Prefeito pediu. Aliás, entre a atuação da Administração Municipal e a
atuação do Governo do Estado não há diferença.
O SR. WERNER
BECKER: V. Exa.
quer o Projeto Praia do Guaíba ou V. Ex. está fazendo ufanismo?
O Sr. Marcinho Medeiros: faço
uma pergunta: quem contestaria de acordo com uma série de consideração. Estou
contestando a minha forma de interpretar. Estou respondendo. Agora, quando
respondo, BV. Exa. não aceira a resposta. Muito obrigado, então.
O SR. WERNER
BECKER: V. Exa.
tiraria fundos de onde para a infra-estrutura lá do Sarandi?
O Sr.
Marcinho Medeiros: V.Exa. permite (Assentimento do orador.) Veja bem,
acho que as administrações anteriores ao Sr. Alceu Collares trabalharam muito
mais em favor das vilas, pavimentaram ruas, colocaram esgotos e águas nas vilas
e não buscou o sacrifício de áreas públicas da nossa Cidade, não entregaram o
patrimônio público para áreas privadas. Foram realizadas obras como a Vila Nova
Brasília é um exemplo, a Santa Rosa, a Vila Ramos é outro exemplo.
O SR. WERNER
BECKER: Que V. Exa. e velho apologista do Governo Villela,
do Governo João Dib, todo o mundo sabe. V.Exa. era Arenista!
O Sr. Marcinho
Medeiros: Foram melhores do que o atual Governo.
O SR. WERNER
BECKER: Está bem, tem gosto para tudo. Vou encerrar, por
enquanto, e se me for proporcionado voltar à tribuna espero voltar, porque se
alguma questão mais precisar ser debatida tenho a certeza de que como apoio de
meus colegas de Bancada esclareceremos tudo o que foi obscurecido, o que foi
enevoado pelo histerismo de alguns e pela má-fé de outros. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Brochado da Rocha): A palavra com o Ver. Elói
Guimarães. S. Exa. faz transposição com o Ver. Clóvis Brum, que está com a
palavra por dez minutos.
O SR. CLÓVIS
BRUM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, por ocasião a votação do primeiro Projeto,
que, na verdade, era o centro deste Projeto Praia do Guaíba, ou seja, era o
centro do elenco de obras do Projeto, isto é, a pavimentação da Av. beira-Rio,
por ocasião da votação desse Projeto, nós conseguimos apresentar uma Emenda que
foi subscrita por vários vereadores da Casa e, com a participação de vários
Vereadores, alterando a destinação parcial daqueles recursos que seria operados
com a Petrobrás, o valor do recurso era de 250 milhões e a sua destinação
original, proposta pelo Prefeito era de 220 milhões, rara implementação da
Avenida Beira Rio e 30 milhões para as obras do Porto Seco. Nós apresentamos uma Emenda retirando os 30 milhões das
obras dos milhões Porto Seco, retiramos dos 250 milhões os 30 milhões do Porto
Seco e 20 milhões da Avenida Beira Rio, num total de 50 milhões e injetamos -
proposta aqui na Casa, proposta nossa - para calçamento de ruas em bairros
populares, o Prefeito vetou, a população veio para cá e a Câmara derrubou o
Veto e hoje esta sendo realizada a Avenida Beira Rio, mas também já está sendo
licitada as obras para calçamento de nada menos que 5 ruas no Bairro Bom Jesus
e outras tantas no Bairro Partenon e na área próxima à Restinga. Não foi a
melhor iniciativa nem o melhor Projeto, talvez nem o Projeto mais ideológico,
mas foi uma coisa Valp~vel porque veio na representação das vilas para esta
Casa. O meu voto é do bairro popular e com ele tenho compromisso, sim.
Sr.Presidente e Srs. Vereadores, o Projeto contempla, a mensagem retificativa
melhorou em muito o Projeto, diminuiu muitas áreas, as áreas foram diminuídas
de 18 para 16 hectares, as áreas alienáveis num total de 98 hectares.
O Ver. Werner Becker
apresenta, também, uma boa proposta diminuindo de 16 há. Vinte e um era o
Projeto original, a Mensagem reduziu a 16, a proposta do Ver.Werner Becker
diminui para 14ha, ou seja, aliena cerca de 15%.
Quero transmitir ao Ver.Werner Becker que apresentei 2 emendas, a
primeira altera o Parágrafo 19 do Art. 29, elevando e dando nova redação,
elevando os percentuais destinados as vilas populares. Pela proposta da
Mensagem Retificativa era 25% dos valores das obras realizadas nas áreas
alienadas, seriam para as vilas populares, dei nova redação ao parágrafo 19,
acrescentando: bairros e vilas populares, a importância de 35%. Apresentei,
também, Ver. Werner Becker, comunico a V.Exa. porque e autor de 2 emendas que
alteram o PPG 1.3 e o PPG 1.4. Eu suprimo do projeto definitivamente a área
destinada a hotel. Se V. Exa inviabilizava a construção do hotel face às áreas
de ocupação, eu inviabilizo totalmente a construção de qualquer obra naquela
área. Suprimo do Projeto a área constante do PPG 1.l, ou seja, a área que
anteriormente estava destinada a hotel fica definitivamente suprimida. Sei que
a liderança do PFL nesta Casa me acena, era uma questão de honra para a bancada
do PFL a supressão do hotel. O Ver. Werner Becker tentou, com inteligência,
alterar os índices de ocupação, mas, a minha emenda, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores suprime totalmente qualquer área, qualquer edificação nesta área, na
área constituída no mapa como PPG 1.l.
Está, Ver. Frederico Barbosa,
definitivamente varrido do projeto qualquer edificação nesta área do PPG 1.l. o
shopping está nas duas emendas do Ver. Werner Becker: PPG3 e PPG4. De sorte que
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que acredito que com a emenda que eleva de 25
para 35% os recursos para obras de infra-estrutura nos bairros e vilas
populares com a supressão de qualquer tipo de construção, Ver. Raul Casa, na
área do PPG1.l, dei a minha contribuição para aperfeiçoar esse projeto. A
mensagem retificativa que veio para Casa também foi fruto de pressões
populares, porque o projeto original, efetivamente, alienava 22% da área dos 98
hectares.
O Sr. Werner
Becker: V. Exa. permite um aparte?(Assentimento do
orador.) Aqui todo mundo sabe que V. Exa. é de uma inteligência excepcional que
se chega a confundir com genialidade. E com esses atributos que a natureza lhe
deu, V. Exa. consegue, após conversar comigo, e eu expor a V. Exa. as
motivações da emenda, V. Exa. consegue formular e apresentar duas emendas de
relevância e aprofundamento. Eu não tenho a inteligência e a rapidez de
raciocínio de V. Exa., para poder lhe dar uma resposta imediata. V. Exa. vai
permitir que se pense mais demoradamente. Não se muda uni percentual dum fundo
de 25 para 35 ou se baixa para 30 sem um estudo aprofundado ou então, sem a
instrumentação de uma inteligência do porte de V. Exa. Quero pensar.
O SR. CLÓVIS
BRUM: Nobre Ver.
Werner Becker, a coisa mais fácil e linda que tem é aprender com V. Exa.,
porque V. Exa. é um exímio professor. Dois minutos que conversamos, V. Exa. me
mostrou os pontos vulneráveis do Projeto. V.Exa. passara por esta Casa, nobre
Vereador, como Grande Mestre dos mestres.
Sr.
Presidente, o Ver. Luiz Braz que estava presidindo os
trabalhos, havia cedido o seu tempo.
O SR.
PRESIDENTE (Lauro Hagemann): V. Exa. passa a falar no
tempo do Ver. Luiz Braz, sem prejuízo das inscriçoes anteriores.
O SR. CLÓVIS
BRUM: Sou grato
à Mesa. Mas não precisava tanta inteligência, para se apanhar o que foi dito na
televisão, no jornal, no rádio, em São Paulo, quando o já tentava vender o
Projeto Praia do Guaíba. O que dizia o Prefeito? Nós vamos tirar dinheiro do
Projeto Praia do Guaíba, para levar para os bairros e para as vilas. Mas, Ver.
Werner Becker, o primeiro Projeto, o elenco das obras do Projeto Praia do
Guaíba,que é a Av. Beira Rio, não retirava nenhum recurso, não destinava nada
para as vilas e para os bairros. Foi da nossa iniciativa a Emenda que destinou
os 50 milhões, que retirou da Av. Beira Rio, e destinou para os bairros.
O Sr. Werner Becker: V.Exa.
permite um aparte? (Assentimento do 0rador.) Não gostaria de falar a meu
respeito, mas como eu fui autor do Substitutivo, naquele tempo, eu quero
esclarecer a V. Exa. que quem tirou a verba do Porto Seco foi o meu
Substitutivo. V. Exa., com Emendas, apenas repartiu.
O SR. CLÓVIS
BRUM: Nobre Vereador, eu tenho uma Emenda que foi
subscrita por vários Vereadores, tem uma Redação, destina o seguinte: 200
milhões de cruzados para a implementação das obras e 50 milhões para calçamento
nos bairros e vilas populares, das seguintes ruas: ainda especificamos as ruas.
Destinamos 200 para Avenidas e 50 para calçamento de ruas.
O Sr. Werner
Becker: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Vereador, a minha preocupação é que V. Exa. pode se enganar, V.Exa.
não está habituado ao chute que nós andamos vendo por ali. Então, eu só quero
fazer esta precisão histórica do Substitutivo para que não confundam V.Exas.
com aqueles que estão chutando e falando sobre coisas que não entendem nada.
O SR. CLÓVIS
BRUM: Sou grato a V. Exa. V. Exa. sabe que a gente está
aqui há 10 anos como Vereador, já deu para aprender alguma coisa. E o povo esta
sempre me reconduzindo. Dez anos e um apreciável tempo de Vereador.
Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu quero dizer que bairros e vilas de Porto Alegre não têm área
verde, não têm calçamento, não têm iluminação pública, não têm segurança,
realmente, é necessário injetar recursos nestas áreas. O Fundo de Desenvolvimento
Urbano foi uma bela criação do Prefeito Alceu Collares. Sou do PMDB, mas não
estou na critica pela crítica, acho que o Fundo de Desenvolvimento Urbano foi
um bom Projeto. Esta Casa é que, pegada de surpresa, não soube fazer uma melhor
destinação aos recursos do Fundo. E, ai, eu volto insistir, também emendei a
destinação, e coloquei a disposição dasVilas populares com a aprovação dos meus
companheiros Vereadores, mais de cem milhões de Cruzados do Fundo de
Desenvolvimento Urbano. A Casa poderia ter feito melhor aproveitamento, O
Projeto veio numa convocação extraordinária, na calada da noite, mas, mesmo
assim, nos alteramos a destinação parcial destes recursos e jogamos para as
Vilas pobres de Porto Alegre cem milhões de Cruzados.
Ora, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, onde tiver meios, onde tiver recursos para viabilizar, para
melhorar as condições de vida da população, aí eu estarei.
O Sr. Raul
Casa: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) V.Exa. coloca com muita propriedade e quero dizer que a Bancada do PFL
está neste momento, estudando as Emendas de V. Exa., e posso dizer que se a sua
Emenda suprime rigorosamente a área de shopping da unidade que V. Exa. se
referiu...
O SR. CLÓVIS
BRUM: A área destinada a um hotel. Pela minha Emenda,
nada poderá ser construído ali, a não ser área verde.
O Sr. Raul
Casa: Quero-lhe antecipar que a nossa Bancada está
examinando, com muita simpatia, a Emenda de V.Exa.
O Sr.
Marcinho Medeiros: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Na época da votação do Projeto Praia do Guaíba, nos votamos
favoravelmente a sua Emenda, que designava recursos para pavimentar algumas
ruas de Porto Alegre, nas áreas menos favorecidas da Cidade. Pois bem, o
Projeto Avenida Beira-Rio está sendo realizado. Eu pergunto a V.Exa.: aquelas
ruas arroladas...
O SR. CLÓVIS
BRUM: Já estão sendo licitadas e dentro de 15 dias
iniciarão as obras, sob pena de o Prefeito responder na Justiça pelo
não-cumprimento da Lei. Me informou o Secretario de Obras e Viação, ontem à
tarde, que as ruas ia estão sendo licitadas, e dentro de 15 dias iniciarão as
obras.
O Sr.
Marcinho Medeiros: Agradeço pelo esclarecimento e gostaria de
participar da fiscalização das coisas aprovadas por esta Casa em relação ao
Poder Executivo, pois me parece que não está havendo uma consonância entre
Executivo e Legislativo, pelo menos da parte do Executivo.
O SR. CLÓVIS
BRUM: Respondendo ao Ver. Raul Casa, apelo a V. Exa. que
examine as Emendas que nós apresentamos, porque já sabíamos das preocupações do
PFL. Eu assisto à distribuição de flores no Plenário! Eu cumprimento pelas
belas flores que estão sendo distribuídas no Plenário, pelas rosas, enfim, por
uma infinidade de flores vistosas e bonitas, que representam os verdes dos
parques desta Cidade. Mas, aí me vem à lembrança, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, os galhos mutilados que não tem vida, os jardins pobres e sem vida
das vilas e das favelas desta Cidade! Quando eu vejo as flores vistosas
distribuídas na platéia, eu me lembro, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, das
plantas mutiladas, das plantas sem vida, da falta de flores, da falta de
jardins dos bairros e das vilas mutilados de Porto Alegre Gostaria que
idênticas flores também germinassem nas vilas pobres desta Cidade Gostaria que
idênticas flores tivessem vida nas favelas, nas vilas, aonde trezentas mil
famílias não vivem, vegetam!
O SR.
PRESIDENTE (Brochado da Rocha): A Mesa solicita aos
assistentes que ocupem as suas cadeiras, uma vez que as mesmas lhes estão
asseguradas e pede aos Srs. Vereadores que ocupem as suas tribunas, para que o
orador conclua o seu discurso.
O SR. CLOVIS
BRUM: Sr. Presidente, recebi, agora, uma bela flor, uma
flor que representa o sonho, nosso, e de nossos filhos, uma bela flor. Mas
também lembro que ha poucos dias recebi de uma vila pobre, um punhado de galhos
secos, Sr. Presidente, que representavam a falta de segurança, a fome, que
representavam o esquecimento e a miséria de 300 mil famílias que formam o
cinturão do esquecimento desta cidade, que mais representam um campo de
concentração, do que a cidade de Porto alegre. As flores são bonitas, Sr.
Presidente, mas me preocupa muito a vida da população das vilas que poderá ser
melhorada, se soubermos administrar este projeto com competência, e nós vamos
fazer isso, vamos fazer Emendas, vamos elevar de 25 para 35% o valor dos
recursos destinados aos bairros e vilas.
O SR.
PRESIDENTE: A Mesa solicita que conclua o seu discurso em
meio minuto.
O SR. CLOVIS
BRUM: Fiquei três minutos fora do microfone. Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, quero me congratular com os homens e com as
mulheres que defendem os parques e as áreas verdes desta cidade, em sua
homenagem, em reconhecimento da sua presença, ontem, fui o segundo orador que
pedia pela presença dos senhores aqui dentro, e hoje, pela manha, entreguei, na
presença do Presidente da AGAPAN, os dois convites que tinha direito, para que
ele distribuísse aos seus movimentos, ao movimento ecológico, para que pudessem
ter acesso com os meus dois convites. Agora, Sr. Presidente, sou um homem de
vila, sou um homem de bairro popular, eu luto pelo bairro popular, eu quero
transformar, eu quero viabilizar não só o Fundo de Desenvolvimento Urbano, mas
este fundo que fará parte deste Projeto, num veículo de captação e de
destinação de recursos para calçamentos, iluminação pública, esgoto das vilas
populares de Porto Alegre.
E gostaria, mais, Sr.
Presidente, que no dia das eleições, nós pudéssemos ter com clareza aqueles que
votaram contra o Projeto, mas que depois da votação contra o projeto, tentaram
salvar alguma coisa para Porto Alegre. Não basta só votar contra o Projeto, até
podem votar contra o Projeto, mas que atentem para nossas emendas, a supressão
definitiva do hotel, da área do hotel é uma das minhas emendas, e a segunda,
para finalizar, e a elevação de 25 para 35% dos recursos destinado para os
bairros. Sr. Presidente, eu agradeço a condescendência de V. Exa. agradeço a
atenção dos Srs. Vereadores, fiquei devendo um aparte. Se inscreve o Ver. Ignácio
Neis, e só para dar os apartes que eu gostaria de dar.
O SR.
PRESIDENTE: Por condescendência do Ver. Ignácio Neis, se os
demais Vereadores concordarem, falará o Ver. Clóvis Brum por mais dez minutos.
O SR. CLÓVIS
BRUM: Eu agradeço.
O Sr.
Ignácio Neis: Apenas para dar uma satisfação do tempo que eu
cedo, eu gostaria que fossem colocadas algumas vilas da Zona Sul de Porto
Alegre que estão muito esquecidas. V.Exa. tem um costume muito bom de roubar
verbas de vilas da Zona Sul para a Bom Jesus.
O SR. CLÓVIS
BRUM: Não é verdade. Por ocasião da última destinação de
recursos a Zona Sul foi bem aquinhoada com o calçamento de uma rua apresentada
pelos Vereadores Mano José e Artur Zanella, me parece, que apresentaram o
calçamento lá para o lado do Lami. E o Ver. Jorge Goularte apresentou para a
implementação de parte da João Oliveira Remião.
A Sra.
Teresinha Irigaray: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Clóvis Brum, acho que realmente não há nada como um dia atrás do
outro e assisto até constrangida essa manifestação de entrega de flores, por
grupos que colocaram ontem, nesta Casa em evidente risco até a vida de
funcionários e Vereadores que estavam aqui, não lembraram ontem o que lembraram
hoje. Ontem invadiram, atacaram, tumultuam, agrediram e foi conduzida gente
para o Pronto Socorro. Hoje dão flores. Não queremos estas flores! Queremos que
a paz fique aqui. Não agredirem num dia e no outro dia vir com flores. Que
balela é essa? Isso é provocação, é hipocrisia, nós não aceitamos em definitivo.
Estamos com um companheiro nosso no Pronto Socorro, os funcionários e
Vereadores desta Casa foram encurralados por grupos conduzidos por Partidos e
hoje oferecem flores. Mas que flores são estas. Que fiquem com elas, que levam
para onde quiserem, mas não tragam para cá.
O SR. CLÓVIS
BRUM: Nobre Vereadora, sou obrigado a discordar de V.
Exa. Discordo porque quando iniciamos a reunião de ontem nós já advertíamos que
a reunião tinha que ser no mínimo transparente, democrática e que todas as
representações de Porto Alegre estivessem aqui e não só os representantes do
PDT.
Ora, Sra. Vereadora, como
poderia eu votar um assunto que toca de perto a ecologia quando uma Magda
Renner estava lá fora desta Casa. Não poderia não, pelo respeito que devo a um
passado de luta dessa gente. E tem mais, não sou ecologista, de vez em quando
até planto umas arvorezinhas escondido lá por casa e o Caio sabe disso.
Mas, com todo o respeito, se
nós não tivermos a grandeza democrática de respeitar os segmentos da sociedade,
nós estamos exatamente agindo contra a democracia. Sabem o trabalho de uma
Magda Renner? Sabem o trabalho de uma Giselda? Sabem o trabalho de uma AGAPAN?
Como esses movimentos podem ficar fora desse local num momento importante?
A Sra.
Teresinha Irigaray: Sabemos tudo isso, Vereador. As flores são a
desculpa de ontem.
O SR. CLÓVIS
BRUM: Não, não é desculpando não, porque eu não estou a
me desculpar. O meu voto é pelo Projeto. Voto contra a AGAPAN, voto contra os
ecologistas, mas isto não retira o direito democrático de ver neles as vaias ao
meu voto - por que não? Nós somos homens públicos. Não podemos trancafiar,
aqui, um grupo de pessoas, e impedir que aqueles que arriscam a própria vida,
não nesta Casa, mas nos movimentos nacionais e internacionais na preservação do
meio-ambiente, estejam banidos, estejam proibidos de entrar nesta sala. E isto
não digo agora, disse ontem - fui o segundo orador e, portanto, a presença de
todos é bem-vinda nesta manhã, os a favor ao Projeto e os contra. Isto
fortalece a decisão desta Casa, isto faz transparecer a decisão da Casa. Cada
um que vote conforme o seu pensamento político, conforme a sua representação
nesta Casa, mas que não se proíba o acesso de nenhum segmento importante da
vida desta cidade, porque o Projeto é muito sério.
O Sr. Flávio
Coulon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Clóvis Brum, sou solidário com esta parte do seu discurso, porque
entendo que não e o momento de nos acharmos culpados, porque tenho para mim,
como verdade absoluta, que todos nós ontem fomos rigorosamente culpados pelo
que aconteceu, de modo que não e o momento de acharmos que um e culpado, que
outro é culpado. Acho que o momento é de paz e não e de acusações. Em relação
ao seu discurso, quando tratava da Emenda que vai apresentar, eu gostaria de
perguntar o seguinte: quando foi votado o Projeto Avenida Beira Pio, houve uma
Emenda, onde se destinou verba para pavimentação de algumas ruas da cidade. Não
me consta que naquela oportunidade essas ruas tivessem sido escolhidas segundo
um critério rigorosamente técnico. Então, pergunto a V. Exa. se dentro da
Emenda que V. Exa. vai apresentar agora, de 35%, para ser aplicado em vilas
populares, como vão ser escolhidas? Vai ser naqueles mesmos moldes, em que
alguns Vereadores sentaram e escolheram as ruas ou vai ser um processo estudado
tecnicamente para ver quais sãos as mais carentes, quais as que precisam
realmente, dentro de uma prioridade. É essa a pergunta.
O SR. CLÓVIS
BRUM: Respondo a V. Exa. É por isso que nós temos que
ler as coisas nesta Casa. Não basta fazer a crítica pela crítica. Ver. Flávio
Coulon, V. Exa. ainda vai aprender muito nesta Casa. E perdeu uma excelente
oportunidade. Poderia ter trazido uma Emenda com esse dado técnico importante.
Com esse dado técnico valioso. Eu estou tentando nesta manhã salvar alguma
coisa do Projeto; porque o Projeto só diz o seguinte, Vereador.
O Sr. Flávio
Coulon: Mas Vereador, o que eu me rebelo...
O SR. CLÓVIS
BRUM: Pediria ao Presidente desligar o microfone do
Vereador porque ele vai ficar dialogando como fez com o Ver. Werner Becker, eu
dou o aparte, limito o aparte e vamos depois para a contestação, se não, eu não
nosso falar. Vamos usar o Regimento Interno aqui dentro. Vereador, respondo a
V. Exa. Pergunte o que esta no Projeto e o que esta na Emenda, não suposições.
O parágrafo 19 diz o seguinte:
(Aparte anti-regimental)
Eu já entreguei a Emenda à
Diretoria Legislativa para ser datilografada. Se já foi, me dê, por favor.
(Aparte anti-regimental)
Não Vereador, não estou brabo com V. Exa. V. Exa. tem todo meu
carinho. É que como V. Exa. e incisivo, questionador, tenaz e colaborador,
acima de tudo, porque a critica nesta Casa não deve ser só recebida em função
de crítica, mas em colaboração, passou a me preocupar o questionamento de V.
Exa. Passou a me preocupar. E tem mais. Vou lembrar uma coisa agora antes de
responder a V. Exa. Também vou relacionar agora, esta manhã, os que votarem
contra a destinação de mais recursos para os bairros e para as vilas. Vou relacionar;
e vou relacionar os que fogem deste Plenário porque fugir deste Plenário e
votar contra os bairros... Fugir deste Plenário significa também - os
Vereadores fujões - também significa o
seguinte: que estão votando contra os bairros e as vilas e eu também vou
distribuir o material nos bairros e nas vilas apontando quem votou contra as
melhores condições de vida daquelas populações. Respondo a V. Exa. § 1º: “os
permutantes com o Município, referidos no artigo 19, destinarão ao Fundo de
Saneamento Básico para vilas populares a importância de 25% sobre os valores
das obras públicas citadas no artigo lº, do parágrafo 1º. Fiz a seguinte
emenda, acrescentando o seguinte: "destinarão ao Fundo de Saneamento
Básico para bairros - porque muitas vilas já receberam a denominação de bairro,
mas continuam nas piores condições — e vilas populares a importância de 35%
sobre os valores das obras”. Evidentemente, nobre Vereador, que isto aqui, na
prática legislativa, pode ser melhorado, aperfeiçoado. Uma coisa estou salvando:
mais 10%. E agora vai a outra emenda, Vereador; me socorri do mapa que V.Exa.
tem aí: “Emenda nº 10 - Suprima-se área
expressa como o PPG 1.1, constante do anexo 1 do Projeto de Lei Complementar do
Executivo 15/88, com as conseqüentes alterações de textos, tabelas e mapas”.
Terminou a área, nada vai ser construído na área codificada como PPG 1.1.
Concluo, Sr. Presidente,
agradecendo a benevolência dos Srs. Vereadores, de V. Exa. e na certeza de que
nesta manhã uma contribuição pude oferecer à consideração dos Srs. Vereadores.
Caberá àqueles Vereadores, mesmo os que vão votar contra o Projeto, viabilizar
essas emendas, que uma apaga a área do hotel e deixa a área verde, e a outra
aumenta os recursos para os bairros e vilas populares. Sou grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Pela ordem, a palavra com o Ver. Rafael Santos, por
dez minutos.
O SR. MANO JOSÉ: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, é possível
alinhar aqui os mais variados argumentos contrários à aprovação deste Projeto.
Quero, todavia, fixar-me apenas num aspecto que reputo
de maior
impor—
~3ncia, rara que este Projeto n~o seja aorovado no dia de
hoje. r4e re-
firo a sua oportunidade. N5s estamos h~ 120 dias
final de uma admi-
flistraçao. Nós nao conhecemos
o pensamento dos diversos candidatos a
Prefeito com relaçao a este
Projeto.
O Sr.Wilton Ara5jo: V.Exa.
permite um a?arte? (As-
sentimento do &rador.) Ver.
Rafael Santos, com todo resDeíto que V.~xa.
ffie merece, mas a linha de racíocfnio de
V.Exa. vai levar, ínevitavel-
mente, c1ue fechemos a
Casa e que a partir de agora n~o decidamos
mais
nada,
porque estamos tao perto do outro governo n~e~i o que ele
vai pen-
sar, vamoS fechar e nao vamos
decidir mais nada.
O SR. RAFAEL
SANTOS: Nobre
Vereador, o aparte de
V.~xa. n~o honra a
sua ínteligencia. Eu estou me referindo a um
Proje-
to em primeiro lugar extremamente polêmico, em
segundo lugar um Projet
que n~o pode ser ím~lantado em 90 dias,
que n~o tem nem como iniciar e
90 dias, que deveria — isso manda
o bom senso — ficar sobre a >Iesa do
Sr.Prefeito
Municipal para que o novo Prefeito pudesse se exoressar,
conversar,
debater, discutir, e se for o caso, encaminhar o Projeto.
um sem numero de
obras em andamento.. H~ outras que j~ estao defini-
das, porque vamos aprovar um Projeto que a atual administraçao nao vai
realizar, pelo simples motivo de que náo terá tempo
hábil para reali-
zar, talvez n~o tenha 100
dias i3teis at~ o fianl do seu
mandato. A
nova admínistraçao ~ que deve
discutir e debater
v
este j~rQjeto, e nao nos agora
aprovarKum~rojeto para nao ser realiza
do.
O Sr. Marcinho Medeiros: V.Exa.
permite um aparte? (As-
sentimento do orador~),~ Provavelmente
a necessidade da Administraçao
atual de
aprovar o projeto agora ~ para
garantir os negocios que
~erao realizados em cima do
projeto. Esta Administraçao da a garantia
a futura Administraçao nao vai
garantir nada, nao tem como garantir,
entao af esta a pressa,
para garantir os negdcios imobiliarios reali-
zados em cima do projeto.
O SR. RAFAEL
SANTOS: A opiniao e de V.Exa.X De minha
parte, Sr. Presidente, nao vejo porque
este assodamente em aprovar
este projeto.
Muitos de nds n~o estaremos
aqui no ano que vem, em
janeiro. Entao, vamos deizar io novo
Prefeito e a nova Camara, que
estara, entao, em inicio
de administraçao, que tome um
resoluçao. Por vamos aprovar um projeto
desta magnitude? Por/que
esta insistencia do Sr.
Prefeito em solicitar a sua liderança que se
utilize do art. Y4? Para
aprovar assim, em v~peras de termino de
mandato, Por/que isso,
pergunto?
O Sr. Wilton
Araujo: V.Exa.
permite um aparte? (Assenti
mento do orador))ç Continuando
dentro do mesmo racioc{nio de V.Exa.
gostaria de contradit~-lo e
contraditar o Ver. Marcinho Medeiros ,dado
que este projeto de lei, sendo
lei podera ser mofidicada por ou
tra lei, se a nova Adminstraçao que assumir
a Prefeitura de Porto Ale
gre for da mesma linha partidaria continuara,
se nao for podera envia
a eata Casa, com
sua nova composiçao~ para que reexamine. Ao Ver.
Marcinho Medeiros digo que negociata faz o Partido de V. Exa. em outros lugares
....
O SR. RAFAEL SANTOS: Nobre
Ver. Wilton Araújo, digo que quem está na tribuna sou eu. Diga tudo o que tiver
que dizer a mim, ao Ver. Marcinho Medeiros deixe para quando estiver na tribuna
ou ele estiver. V. Exa. há de ver que respeitei o
aparte do Ver. Marcinho, mas n~o fiz nenhum
coment5rio a respeito,.
Acho que n5s temos que
manter um certo nivel.
Vejam~ que se
discutiu, aqui, shoping CZnter, hotel
5 Estr
la, mas para mim nada disso ~
fundamental. O fundamental ~ que n5s va
mos privatizar l25.200m2, uma
pequena estancia, um grande sftio.
Nobres Vereadores, at6 hoje, pelo
menos uma ~iíez por ano
quando se tem o aniversario do Parque Farroupílha,Parque da
Redenção,
nos ouvimos
a queixa da população, n5s vemos o
registro da imprensa.
Como foi
lament5vel,que nossos aves tivessesm autorizados
vendas e en
tregas de 5rea do Parque Redençao, Parque FArroupilha.
At~ hoje n5s ve
mos, especialmente aos sábados e aos domingos, qiando o Parque FArroupi
lha totalmente lotado, quem n~o se lembra
do crime que cometaram os no
505 avôs, de
autorizar o Instituto de Educação, a Universidade, o Co-
l~gio Militar,
e tantas outras áreas que foram constru{das em~Jima da
5rea que seria do Parque Farroupilha. Se esses
l25.220m2 forem privati
zados,
indiscutivelmente os nossos nomes irão paraa hist6ría, mas para
a híst5ria triste e
negra de Porto Alerge. Porque nossos netos e nosso
bisnetos, e v~os~,o~ tataranetos haverao de nos
cobrar termos priv~
tizado areas verdes
desta Ciade.Areas que podem hoje ser aterro,
que
podem hoje ter subabitaçao, mas que seguramente e
certamente haverá
Boa vontade
do futuro Prefeito de Porto alegre. Poderão ser urbanizadas e entregues
efetivamente à população e não entregues a um pequeno grupo de privilegiados. E
nossos bisnetos e tataranetos haverão de ver as construções, não importa se
shopping, hotel, edifícios, posto de gasolina, seja o que for e hão de
responsabilizar a nossa geração que, num final de mandato, autoriza o Município
a alienar 125 mil e 200 metros quadrados.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Sr.
Preidente, recebo neste mnomento cópia
da
(Levanta-se a
Sessão às 16h19min.)
* * * * *